É verdade que a grande parte dos empresários está receosa em realizar novos investimentos, expansões, aberturas de novas lojas etc, mas também é verdade que há uma parte do mercado navegando bem em meio à crise e até ampliando seus negócios.
Há poucos dias, conduzimos uma discussão sobre alternativas para a expansão das redes próprias e regionais (ou locais) e, entre 2 variações do tema, estimulamos o pensamento sobre qual o melhor caminho abrir mais lojas do mesmo negócio (marca, especialidade, formato etc), ou abrir lojas diferentes das existentes.
Em primeiro lugar, acreditamos que não há o certo ou o errado, mas, sim, há o mais adequado, o mais viável e o que permite aproveitar melhor as oportunidades.
Particularmente, tendemos mais a estimular o pensamento em torno da diversificação, e nosso motivo mais forte está no fato de que um mesmo cliente que entre em nossas lojas atuais, por exemplo, para almoçar, também é um cliente que entre em diversas outras lojas para almoçar e que também entre em outras lojas para consumir em outros momentos que não o almoço, seja para um lanche, um jantar, um café ou um happy hour.
Isso é o que apelidamos de “consumidor plural” e, cá entre nós, ele é a imensa maioria dos que entram em nossas lojas diariamente, alguém que, se compreendido, pode mostrar incontáveis possibilidades do que, como, quando, por que, por quanto servir alimentos e bebidas.
Em maio, durante a feira do NRA – National Restaurant Association – em Chicago, um número apresentado mostrou um pouco do porquê que existem tantos grupos e tantos sócios investindo em negócios diversificados no Foodservice: 94% dos restaurantes americanos realizam regularmente pesquisas com seus consumidores.
Isso mesmo, é uma prática absolutamente disseminada naquele mercado e, através dela, é possível entender quais os grupos de perfis de consumidores que frequentam as lojas, que têm outros hábitos, necessidades etc
Ou seja, se eu tenho uma “steakhouse” e descubro que boa parte de meus consumidores adoram meu estabelecimento, mas também frequentam um japonês e uma pizzaria descolada no bairro, será que minha melhor oportunidade é abrir outra “steakhouse”, ou partir para um desses outros formatos?
Claro que há muito mais pontos a avaliar, mas é interessante ao menos pararmos para pensar na ideia de que a concorrência e a oportunidade (que andam juntas!), podem não ser tão óbvias quanto expandir na linha do “mais do mesmo”.