Novidade está no cardápio da Cozinha Santo Antônio
A cozinha brasileira é diversa e rica em história. Até para os mais atentos, fica difícil conhecer tudo que o país produz de original na gastronomia. É o caso do barreado, prato típico do Paraná pouco divulgado por aqui.
A chef Juliana Duarte, do Cozinha Santo Antônio, uma ávida pesquisadora dos saberes culinários, descobriu o barreado e logo se empolgou. “Me interessei pelo processo de feitura e pela história do prato” conta ela.
Esse prato, lotado de sabor, veio do Paraná, onde chegou vindo de Açores, em Portugal. A carne fica no fogo baixinho por 8 horas, até desmanchar. Antigamente o barreado era preparado enterrando-se a panela em solo vulcânico e deixando por bastante tempo no calor da terra. “Mas o nome vem mesmo é dessa massinha que a gente faz pra vedar a tampa, criando uma espécie de panela de pressão primitiva” completa.
A carne tem que cozinhar por muitas horas, bem devagarzinho, sem ficar em contato direto com a chama. Segundo Juliana, a receita foi criada por mulheres para dias de festa, uma estratégia pra não ficarem o tempo todo na cozinha, já que a panela fica lá sozinha fazendo a mágica acontece.
Essa curiosidade nata que fez com que a chef se arriscasse nas panelas antes mesmo de experimentar o prato. E o resultado foi surpreendente. Agora o barreado é um dos pratos especiais da Cozinha Santo Antonio, que vez ou outra aparece nas sugestões do dia!
Sobre a Cozinha Santo Antônio
Em uma esquina charmosa, em um dos bairros mais tradicionais da cidade, a Cozinha Santo Antônio chama atenção logo de cara pela arquitetura. Ao mesmo tempo mineira e cosmopolita, com garimpos e peças de design e uma imponente e acolhedora cozinha aberta.
Uma ótima tradução para a comida feita ali. “Estamos completamente conectados com as nossas origens e com a nossa história, mas temos os pés no presente e o olhar no futuro”, diz Juliana Duarte, que comanda tudo no espaço.
A Cozinha Santo Antônio tem por principio o respeito à sazonalidade dos ingredientes, por isso o cardápio muda de acordo com o que se tem de mais fresco e gostoso para cozinhar. Os insumos são orgânicos, de origem e chegam através de pequenos produtores.
Por conta da pandemia, o restaurante tem funcionado no sistema delivery e “buscaqui”, no horário de almoço, de terça a domingo. “Todo início de semana planejo o cardápio dos próximos dias com base no que os produtores têm disponível” conta Juliana. “Durante a semana os pratos são de uma comida mais caseira, que eu defino como sendo ‘que nem a da casa da gente’.
No final de semana temos pratos mais elaborados e sempre há opção vegetariana. A comida varia de receitas de família bem mineiras a pratos da cozinha do mundo, como a francesa e a do Oriente Médio que eu gosto muito e estudo”, completa.
O feijão é rei na cozinha Santo Antoônio. “Nos dias de semana tem sempre um feijão bem gostoso que eu garimpo diretamente em regiões produtoras ou no Mercado Central”, conta ela. E no fim de semana tem sempre algum prato especial de feijão, pode ser a Feijudaju, com feijão vermelho e defumados da serra da Moeda, feijão tropeiro ou cassoulet com pato confit, cordeiro e linguiça.
Um exemplo do que é feito com muito capricho durante a semana:
Salada de folhas com picadinho de umbigo de banana
Kafta com mejadra, cebola crocante, abóbora assada e molho de iogurte.
Opção vegetariana: Mejadra com repolho grelhado, abóbora assada e molho de iogurte com hortelã (R$30,00)
Já no fim de semana podem aparecer o Arroz de pato (acompanha croquete pra brincar que está em Lisboa – R$40,00) e o Boeuf Bourguignon com pinhão, cogumelos e cebolas caramelizadas (acompanha arroz e batata bolinha – R$40,00).
Também é possível levar outras delícias para comer durante o dia, como empadinhas de queijo (R$25,00 a porção) e um delicioso bolo de mexerica (R$15,00). E o já famoso Paté de Campagne feito em Minas (acompanha geléia e pétalas de cebola roxa – R$35,00).
Juliana é uma cozinheira, historiadora e pesquisadora da história da gastronomia mineira. Mas antes disso tudo trabalhava na publicidade enquanto paralelamente estudava gastronomia e vendia seu disputado paté na Feira Fresca.
Do seu jeito, vem fazendo comida com história e afeto, transformando algo aparentemente banal em “extraordinário”. Comida que valoriza a cultura alimentar mineira e que faz bem para o corpo e para a alma.
Serviço
Funcionamento de terça a domingo de 12:00 às 14:30 nos dias de semana e de 12:30 às 16:00 nos finais de semana.
Sexta-feira: 18h às 22h
Delivery e o “buscaqui”
Whatsapp: (31) 9-8218-6427