Uma doce história de sucesso

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    Grande promessa da gastronomia nacional, Diego Lozano fala sobre a carreira e o amor pela confeitaria

    Aos 13 anos de idade muita gente não faz ideia da profis­são que deseja exercer no fu­turo. Mas ele já sabia. A cozinha de casa foi só a primeira de muitas onde ainda iria trabalhar. Especialista em sobremesas requintadas e esculturas fabulosas, esse chef pode se orgulhar de dizer que, aos 25 anos, é um dos confeiteiros mais premiados do Brasil. E ele promete mais.

    A trajetória de Diego Lozano na confeitaria começou com o desejo de fazer seus próprios doces. “Um dos grandes motivos pelos quais quis me aperfeiçoar na área foi porque eu era apaixonado por tortinhas de moran­go e queria aprender a fazê-las em casa, para não ter a necessidade de comprar em outros lugares”, conta. Foi amor à primeira vista! Tanto que o chef nem pensou em seguir outro caminho. Formou-se como Técnico em Processamento de Alimentos pelo SENAI-SP e dedicou todo seu tem­po às sobremesas e esculturas com chocolate e açúcar, obras que o dife­renciam dos demais profissionais da área. “Confeitaria é a grande paixão da minha vida. Acordo e durmo pen­sando nela”, assume.

    Seguindo o ditado que diz “rapadu­ra é doce, mas não é mole”, Lozano sentiu na pele as amargas dificuldades do caminho escolhido. O preconcei­to sofrido pela pouca idade foi uma delas. Afinal, aos 19 anos já chefiava uma confeitaria; aos 20 percorria o Brasil ministrando cursos, palestras e se apresentando em feiras gastronômi­cas; aos 23 assumiu a confeitaria do D.O.M Restaurante, comandado por ninguém menos que Alex Atala; e aos 25 o chef já possui sua própria escola de culinária, além de outros empreen­dimentos. Tanta história para contar em tão pouco tempo de carreira as­susta muita gente. “Até hoje, quan­do recebo certos profissionais em minha loja ou cursos que não me conhecem pessoalmente, nota-se fa­cilmente em seus rostos um certo es­panto”. A aparência também é uma surpresa. Lozano quebra totalmente o estereótipo do chefe de cozinha velho, gordo e de bigode, figura co­mum em filmes, desenhos animados e no imaginário de algumas pessoas. “Eu, diferentemente do que imagi­nam, sou jovem, magro e possuo inúmeras tatuagens espalhadas nos braços e em outras partes do corpo, o que sempre causa impac­to”, conta. Contra o preconceito, o chef usa um bom argumento. “Acredito que a pouca idade pode ser um complicador a partir do momento que você não confia em seus conhecimentos e deixa-se le­var por comentários alheios”.

    O talento e dedicação ajudaram a romper os paradigmas e entrar no mercado de pâtisserie, mas essa não foi uma etapa fácil de ser vencida. Isso porque, segundo Lozano, na gastronomia brasileira ainda existe a “supervalorização do profissional estrangeiro”, o que deixa de fora al­guns talentos nacionais. “Muitas ve­zes, excelentes chefs brasileiros são deixados de lado ou menosprezados, mesmo que seu conhecimento seja similar ou superior ao dos estran­geiros”, analisa. Hoje ele colhe os louros de seu trabalho sem esquecer sua trajetória. “No início de minha carreira, assim como para todas as outras, enfrentei algumas dificulda­des com relação à obtenção de in­formações e acesso a determinadas técnicas. Todavia, grande parte da minha ascensão e conhecimento veio através de literatura, troca de informações com outros profissio­nais, viagens dentro e fora do Brasil e muitas, mas muitas tentativas er­radas”, conta.

    Todos esses altos e baixos reme­tem a uma pergunta: o que leva um confeiteiro a conquistar tamanho reconhecimento com tão pouca ida­de? “Definitivamente a humildade e carisma com todos os que me procu­ram”, ele responde, modestamente. Dificuldades superadas, hoje o chef se sente realizado. Seu trabalho vai desde as aulas e consultorias que oferece em sua própria escola de confeitaria, até a produção de dól­mãs estilizadas para chefs de cozi­nha. Além dessas atividades, Loza­no trabalha como pastry chef para a empresa belga Chocolate World e é sócio proprietário da Galeria Chocolate, em São Paulo. E ele não pretende parar tão cedo. Sem reve­lar detalhes, o chef já enumera seus próximos passos: “quero abrir mais duas lojas, cada uma focada em um determinado tipo de produto. Mas isso é segredo ainda!”.

    Diego Lozano
    www.diegolozano.com.br

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