Tendências, modas e modismos

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    É bem corriqueiro alguém do mercado ou da mídia me perguntar sobre quais as tendências do momento, o que vai virar moda etc. Via de regra, o que estão querendo saber é qual o “furo” a ser noticiado ou qual a aposta certa a se fazer.

    Essas discussões me estimularam a tentar clarear como entendemos alguns termos nesse campo – tendências, modas e modismos.
    Essa história normalmente começa com a discussão sobre tendências. Tendências estão ligadas aos primeiros sinais ou manifestações de um determinado comportamento de consumo, de uma necessidade emergente, de um conceito destrutivo, ou algo assim.

    A tendência não é ainda o produto ou o serviço, mas a “leitura” de algo que poderá se transformar no produto ou serviço, e que, normalmente, parece ter potencial para se estabelecer como uma realidade, por um período de tempo significativo.
    Assim, normalmente através de pesquisa, conseguimos interpretar e visualizar tendências e, aí sim, procurar enxergar respostas a essas tendências, na forma de produtos, serviços e outras manifestações concretas de nossos negócios.

    Entretanto, com a dinâmica cada vez mais frenética e segmentada dos padrões de comportamento e de consumo, é cada vez mais difícil identificar e garantir quais tendências serão mais duradouras (e se transformarão ao menos numa moda) ou mais voláteis (e serão exploradas na forma de modismos).

    Então, partindo para a concepção de moda: a moda normalmente deriva de uma tendência e está associada a algo que marque uma determinada época ou período de consumo.
    Frequentemente, nos confundimos quando uma determinada moda chega ao fim de seu ciclo, mas, diante da relevância que assumiu, acaba sendo renovada, reciclada, “repaginada”; isso dá uma sensação de perenidade à moda, ou, ao contrário, parece ser uma nova moda.

    Os modismos estão ligados à ideia de êxito mercadológico de um produto ou serviço por um período invariavelmente bastante limitado de tempo. Esse tempo pode ser determinado por uma estação, por um apelo publicitário, por um grande evento ou uma novela etc.
    O que está por trás dos modismos é muito mais o estímulo que o coloca em evidência do que a relevância real que ele proporciona ao mercado. E, assim, tão veloz e feroz como vem, vai.

    O modismo não é necessariamente ruim, desde que a empresa pegue a onda no momento certo (na subida da onda), perceba que é apenas uma onda e saia da onda antes de ela afundar no fundo do mar.

    Assim, é necessário desenvolver a capacidade de enxergar tendências – que poderão virar novas oportunidades de negócio ou no mínimo evidenciar riscos para os negócios atuais. E, a partir daí, definir se o melhor é apostar num futuro promissor com uma moda consistente ou explorar a chance imediata de lucrar com algum modismo.

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