O point certo

    Escolher o local correto para abrir sua empresa é um dos primeiros passos para obter êxito

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    Ideias na cabeça, pesquisa de mercado, estudo do ramo, planejamento no papel, montar uma boa equipe. Muitos detalhes devem ser resolvidos e avaliados antes de se bater o martelo e abrir um negócio. Porém, há um item que é essencial e desafiante, que é a escolha da localização em que a empresa será aberta. De que adianta ter a melhor infraestrutura, equipe e produto, se a opção por um local errado fará com que todo o investimento seja desperdiçado? Muitos empreendedores colocam tudo a perder por não dar a devida atenção a esse ponto. Claro que há variantes, já que um lugar ideal para abertura de uma empresa vai se alterar de acordo com o serviço ou produto que será oferecido e, também, com o perfil do público-alvo. E é por isso que uma pesquisa detalhada deve ser feita antes de decidir o lugar ideal para o negócio funcionar.

    Expansão

    Segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o número de centro de compras no país cresce cada dia mais. Tendo a garantia de comodidades como estacionamento, ar-condicionado, seguranças e banheiros, muitas empresas buscam se instalar nas praças de alimentação de shoppings. Mas também é preciso levar em conta se as vendas serão compensatórias em relação aos gastos.

    “Para se avaliar o custo-benefício, a equação composta por potencial do consumo do local,
    definição do público-alvo e a concorrência vão determinar a relação de margem e volume de vendas dos produtos. O custo-benefício a ser avaliado será a capacidade de o restaurante
    buscar o maior volume possível com a margem aceitável pelo público, potencializando assim o resultado”, ensina o consultor de gestão e finanças do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), de São Paulo, Vitor Arantes Moura.

    Orientação

    Seja em shopping ou na rua, a localização certamente precisa estar alinhada com o comportamento de consumo e público de cada empresa.

    “É preciso mensurar o potencial de consumo da região. Para entender a região em que o negócio se instalará, dois grupos de potenciais consumidores devem ser analisados. O primeiro são as pessoas que já se encontram dentro de um raio da sua localização, como as que moram, trabalham e estudam nas proximidades. E o outro são as pessoas que se deslocam de outras localidades para a sua região por outros motivos como atrações de lazer, comércio, negócios e conveniência”, orienta Moura.

    Sobre a procura do local, o consultor do Sebrae garante que não há um que seja certo ou errado, mas um com maior ou menor potencial de consumo ou com maior e menor nível de concorrência.

    “Um restaurante pode estar em uma região de menor potencial de consumo, mas com um menor nível de concorrência e assim encontrar um bom mercado a ser explorado para que o seu negócio seja economicamente viável, por exemplo”, fala.

    Concorrência

    Muita gente se pergunta: “é melhor abrir um negócio próximo à concorrência ou não se arriscar com isso?”. Não há uma resposta cem por cento correta, já que as empresas adotam diferentes posturas em relação a uma disputa direta.

    Para Moura, a melhor opção é não evitar a concorrência, já que os clientes farão comparações e, desta forma, a empresa tem que estar sempre atenta a vários fatores.

    A concorrência aumenta a competitividade das empresas pelo simples fato de que os consumidores se tornam mais exigentes por haver mais referências comparativas”, conta.

    Por isso, estar presente em polos gastronômicos pode ser uma boa oportunidade para que várias pessoas venham de outros locais e, desta maneira, fomente o potencial de consumo da região e gere mais oportunidades.

    “Para estar numa região com muitos concorrentes, o restaurante precisa elevar suas competências e elevar outros fatores como ser reconhecido pelo atendimento, ter uma estrutura com um layout e conforto pensado no cliente, oferecer meios que facilitem o pagamento, ter gestões sobre as compras, ações de fidelização e criar pratos de referencia da ‘casa’, por exemplo, são alguns itens para que a empresa se diferencie das demais”, destaca Moura.

    Vários pontos

    Com mais de trinta anos de atuação na área, o Giraffas tem uma grande preocupação no que diz respeito à localização de suas unidades. Participando de todo o processo nos negócios, a marca orienta não só onde o fraqueado deve abrir sua loja, mas também outros aspectos.

    “Nós queremos fazer parte do negócio como um todo. Trabalhar questões como boa visibilidade, um fluxo considerável de pessoas e a metragem mínima de abertura do local. Também buscamos, avaliamos e negociamos valores comerciais do ponto junto ao fraqueado. Desta forma, garantimos maior eficiência na negociação, uma vez que contamos com uma equipe especializada que dará todo o suporte a este franqueado”, explica Eduardo Guerra, diretor de expansão e implantação do Giraffas.

    Primordial

    Apesar de todos os outros aspectos a serem discutidos, o local escolhido realmente é de extrema importância para o sucesso da marca. Considerada uma das maiores franquias do Brasil no segmento de alimentação rápida, a rede Giraffas é totalmente brasileira e também trabalha com quiosques tendo seu investimento mais acessível para aqueles que desejam entrar no ramo.

    “A escolha do ponto é primordial para a efetivação de um contrato de franquia, pois sem a definição do local, não conseguimos avançar com a negociação. Por conta disso, o tema é levantado ainda nos primeiros passos do processo de fechamento de contrato”, conta Eduardo Guerra.
    Além disso, optar por lugares que já sejam um polo gastronômico e praças de grande movimentação são melhores para atingir o target e estudar a concorrência.

    “Essa análise faz com que busquemos melhorias em nosso modelo de negócio para deixá-lo ainda mais atraente para o público e também para potenciais investidores. Hoje, o Giraffas está presente em 77% das praças de alimentação de shoppings e hipermercados do Brasil”, ressalta o diretor de expansão e implantação do Giraffas.

    Público-alvo

    É importante saber por onde anda seu público-alvo, afinal, não adianta abrir uma loja em um local que possui um bom fluxo de pessoas se elas não vão consumir seu produto. Por isso, focar no consumidor direto é algo muito importante para decidir o melhor lugar para se abrir um negócio que tenha sucesso e seja rentável.

    “Para nós, encontrar pontos que atinjam nosso público não é tarefa difícil, pois com nossa gama de produtos, conseguimos atender todas as faixas etárias de diferentes classes sociais. Além de entendermos onde nosso público-alvo está presente, devemos estudar e avaliar o fluxo dessas pessoas no ponto e nos horários e dias de maior pico”, diz Eduardo Guerra da rede Giraffas, que possui mais de 400 unidades entre restaurantes e quiosques espalhados por 130 cidades do Brasil, em 25 estados, e também unidades no exterior.

    Especificações

    Eduardo Guerra também explica que os direcionamentos para a abertura de lojas em shoppings e na rua são os mesmos, mas há alguns pontos que devem ser observados. “Para a abertura de restaurantes no modelo fast casual, que são as lojas de rua, fazemos um estudo mais aprofundado do ponto comercial como estacionamento, o volume de tráfego de carros e fluxo de pessoas, além de toda a infraestrutura do local como água, esgoto, energia, gás, entre outros”, diz.

    “É importante também que o ponto tenha uma metragem mínima determinada pela franqueadora (50m² para restaurantes de shopping e 200m² para restaurantes no modelo fast casual), uma boa localização, um fluxo de pessoas considerável e um custo de ocupação que atenda a expectativa de faturamento. Também buscamos cidades com mais de 60 mil habitantes para abrir”, conta Eduardo Guerra.

    Subway

    Outra famosa franquia, a Subway leva sua marca para mais de 98 países ao redor do mundo. Fundada por americanos, a empresa não para de crescer a cada ano e muito se deve a sua filosofia.

    Quando um fraqueado procura a Subway para abri-la em algum lugar, existe um agente de desenvolvimento que avalia as oportunidades e presta assessoria a todos os franqueados, dando vários tipos de orientação.

    “A localização é um dos itens mais importantes para o sucesso da franquia e é preciso avaliar bem o ponto. Visibilidade, fluxo de pessoas, mix de lojas no entorno, facilidade de acesso, opções de transporte, por exemplo, são características importantes para a escolha do local.

    A Subway hoje tem bastante flexibilidade quanto ao tamanho e modelo da loja, facilitando bastante a instalação e abrindo um leque de possibilidades. Podemos estar em lojas pequenas, dentro de empreendimentos ou em qualquer ponto de rua”, afirma Roberta Damasceno, gerente nacional da Subway.

    Público-alvo

    Enquanto muitas empresas decidem por um lugar próximo ao seu público-alvo, as franquias da Subway seguem caminho próprio.

    “Hoje temos um público muito amplo, então há outros aspectos que são mais determinantes. Já sobre se ter uma concorrência próxima ou abrir em polos gastronômicos, é preciso avaliar cada caso. Mas facilita ter um menu bastante característico com lanches preparados com ingredientes frescos, rápidos e opções de customização como a Subway tem”, diz Roberta Damasceno.

    Com mais de 39 mil unidades em todo mundo, a franquia não tem nenhuma restrição quanto à escolha do melhor lugar para funcionamento.

    “Cada ponto comercial deverá ser avaliado considerando uma somatória de fatores, como a demografia da região, a demanda do mercado, a conveniência e visibilidade ainda são fatores que podem impactar na escolha desse local”, conta a gerente nacional da Subway.

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