O papel do dono no negócio

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    Há aproximadamente 1,5 milhão de “donos” à frente dos estabelecimentos de food service do Brasil, com enormes desafios e oportunidades. Para encarar esses desafios e oportunidades, falamos constantemente sobre a necessidade de profissionalização do setor. Mas, hoje, gostaríamos de dar um zoom especificamente nos donos dos estabelecimentos – sócios, proprietários, acionistas, ou como sejam chamados.

    Nesse mercado tão fragmentado, normalmente são eles os próprios gestores dos negócios, e, assim, deveriam alocar a maior parte de seus esforços nas atividades mais estratégicas e mais ligadas ao sucesso do empreendimento.

    Essa discussão também é influenciada pelas habilidades e competências desses donos e gestores, o que os levam, em muitos casos, a concentrarem seu esforço naquilo que mais gostam, sabem ou acham que sabem fazer, delegando as outras atividades para seus subordinados. Mas um estabelecimento de food service não é – em mais de 80% dos casos –, uma organização com gente e porte suficientes para se delegar muitas funções.
    E então, voltando ao nosso ponto inicial: o dono deveria colocar a maior parte de seu tempo e esforço para fazer o que é mais importante e se desenvolver para isso!

    Por exemplo, se o movimento de clientes – o tráfego dos estabelecimentos – é o fator mais crítico de sucesso para um empreendimento, seria adequado pensar que quando mais o dono estiver preparado para liderar os esforços de captação e fidelização de clientes, tanto mais o negócio deverá ter sucesso. Ele deveria liderar o pensamento, a prospecção, a capacitação e a organização do time e das atividades que promoverão essa captação e fidelização.

    Da mesma forma, se a mão de obra é outro fator crítico de sucesso, o dono deveria estar mais preparado para buscar pessoas, ajudar na formação delas, orientá-las e liderá-las adequadamente, inspirá-las, gerenciá-las, enfim.

    Mas, não, o dono no Brasil historicamente atua em praticamente todas as frentes e atividades do negócio (comprar mercadorias e insumos, definir cardápio, escolher ingredientes, cuidar do caixa, negociar taxas de cartão, formar preço etc.). Como observamos desde sempre, quem faz tudo, dificilmente faz tudo bem feito. Pior, pode fazer mal feito.

    E essas tantas atividades não têm importância? Claro que não! Muito pelo contrário! Mas, ao colocar seu tempo e seu esforço em uma dúzia de atividades e não necessariamente todas com um grande peso no negócio, ele acaba gerando menos valor para o empreendimento do que deveria.

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