Mercado de coxinhas

    Coxinha de frango é bom, mas coxinha de bife à parmegiana ou de nutella são melhores ainda. Mercado de coxinhas tem inovado nos sabores para conquistar clientes

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    O mercado de coxinhas está deixando de ser uma alternativa somente para o trabalhador informal. Hoje, investir no tradicional salgado brasileiro se tornou um negócio milionário e tem atraído um número cada vez maior de empreendedores. Eles querem abocanhar uma fatia desse mercado com ampla clientela e têm boas perspectivas de crescimento.

    A coxinha é o quitute mais aclamado do Brasil. Nem mesmo a grande extensão territorial conseguiu fazer com que a receita sofresse grandes alterações ao longo dos anos. De ponta a ponta do país, a base é a mesma. Porém, tal qual aconteceu com outros ícones da gastronomia brasileira, ela está atingindo novos patamares. Primeiro, venceu o estigma de comida de boteco e festinhas de aniversário. Daí para virar uma nova febre de negócios foi um passo rápido. Vencida a barreira da informalidade, o quitute vem se mostrando como oportunidade lucrativa. Hoje, além de novos sabores, é possível encontrar locais específicos que atendem necessidades variadas em relação ao salgado.

    Esse grande potencial chamou a atenção do empresário Renato Iarussi, que investiu pesado na criação da rede de franquias Coxinha du Chef. No mercado há quase dois anos, a empresa conta com 14 unidades e busca ponto para inaugurar mais quatro. “Investimos cerca de R$ 1 milhão na fábrica e na primeira loja, mas pretendemos terminar 2014 com 30 lojas”, diz Iarussi.

    A Coxinhas du Chef investiu em dois grandes motes deste mercado: vender grandes quantidades e variar nos sabores. Além da tradicional de frango, a rede vende coxinhas nos sabores calabresa, queijo e bife à parmegiana. O salgado também ganhou recheios doces: brigadeiro e doce de leite.

    A especialidade da rede são os cones com 12 unidades de coxinha, vendidos a R$ 3,50, preço que visa atrair o público de ruas populares da capital paulista. Segundo o empresário, a rede vende 480 mil salgados por mês e fatura R$ 250 mil no mesmo período. “A previsão é que vamos fechar o ano com um lucro de R$ 14 milhões”, prevê Iarussi.

    Inovar em sabores tem dados novos rumos ao salgadinho de massa crocante e recheio macio. O tradicional sanduíche de mortadela do Mercado Municipal de São Paulo ganhou uma rival de peso: a coxinha de mortadela. Criada há cerca de seis meses por Carlos Costa, conhecido como Duda, o aperitivo está à venda em seu box no Mercadão, o Bar Du Portão 5, por R$ 7. A especialidade da casa, ainda exclusiva, ganha farto recheio da consagrada mortadela Ceratti picadinha com cebola, salsinha e cebolinha, envolta de massa bem preparada.

    Formas de venda variadas e sabores inusitados são a grande novidade no mercado de coxinhas!

    Coxinha sobre rodas

    Quentinha, bem frita e crocante. Tem como dizer não a uma coxinha? A queridinha das padarias e festinhas acaba de ganhar destaque também no cenário dos Food Trucks de São Paulo. A Kombi do Só Coxinhas já está nas ruas da capital paulista para trazer porções do salgado nos mais variados sabores.

    As minicoxinhas vêm em um copo, preenchido com 8 ou 16 unidades, e podem ser acompanhadas por cervejas artesanais. O grande destaque fica com os sabores oferecidos: frango, frango e catupiry, queijo, nutella e doce de leite. Mas se a vontade por coxinha for maior que um copo, é possível saboreá-las em tamanho tradicional, disponíveis nos recheios salgados já citados ou camarão. O roteiro do Só Coxinhas é divulgado nas páginas do Facebook e do Instagram do food truck.

    O negócio é de João Victor Curial, de 31 anos, e Juliana Caltabiano, 34. Eles se conheceram trabalhando na área comercial da Nespresso e largaram o emprego para montar o negócio, em abril deste ano, investindo R$ 45 mil. A kombi começou a ser adaptada em maio e sai agora, em setembro, às ruas. “Eu e meu sócio trabalhávamos bem longe das panelas e cozinhas. Nos interessamos pelo ramo quando vimos que a onda de food trucks tinha vindo realmente para ficar e não era apenas uma modinha”, relembra Juliana.

    A receita veio do Vale do Paraíba. A sogra de Juliana a desenvolveu há mais de 40 anos e vendia o salgado em restaurantes e hotéis da região. Ao chegar em São Paulo, novos sabores de recheio foram criados após uma pesquisa e degustação feitas em diversos lugares. Com pouco mais de um mês de funcionamento, a marca registrou índices de crescimento acima do esperado. Logo na primeira semana tiveram que aumentar produção e equipe. O food truck foi escolhido por exigir um investimento menor do que o de um restaurante físico. “Nos encantamos com a possibilidade de estarmos em vários lugares”, conta Juliana.

    A produção se dá fora da Kombi, em uma fábrica em Guaratinguetá, através de uma máquina especialmente confeccionada para a produção de coxinhas. Na Kombi elas são fritas e servidas. “Até hoje só ouvimos elogios. Prezamos muito pela qualidade dos produtos e pelo bom atendimento. Sempre vamos a eventos e feiras gastronômicas, lojas e empresas que nos convidam”, finaliza Juliana.

    Coxinha na padaria

    Nem só de sonhos vive uma padaria. No caso da Padaria Brasileira, o sucesso veio também com as coxinhas. Fundada em 1953, a Brasileira se tornou uma das empresas mais queridas do Grande ABC e se instalou em São Paulo, na Rua Augusta entre a Avenida Paulista e a Rua Luís Coelho, em janeiro deste ano. Cerca de R$ 2 milhões foram investidos para abertura desta loja.

    No início da década de 60 a padaria resolveu diversificar um pouco seus produtos e começou a produzir e comercializar empadas e coxinhas. Com a aceitação do público a coxinha foi se popularizando cada vez mais e se tornou a mais vendida. “As pessoas vão até a padaria somente para comer coxinha”, conta Henrique Afonso Junior, diretor da Padaria Brasileira.

    A Padaria Brasileira tem a característica de sempre inovar e revitalizar a linha de salgados, criando festivais de coxinhas, por exemplo, dando uma diversificada nos sabores. Os novos sabores sempre despertam a curiosidade do público em degustar determinado recheio. Hoje os sabores vendidos são: frango com catupiry, frango, catupiry e carne louca.

    A massa e recheio são feitos de forma artesanal. O restante do processo é automatizado, principalmente pela quantidade. São feitas mais de 200 mil coxinhas por mês. “O alto volume de produção deste salgado fez com que a cozinha fosse adaptada. Para se ter uma ideia, a produção de coxinha consome 300 quilos de massa e recheio por hora. Assim, a cozinha conta com maquinário específico que faz a modelagem, além de um fogão especial de 16 bocas e outros equipamentos. Temos um rigoroso controle de qualidade feito por uma equipe de engenheiros de alimentos e nutricionistas que faz chegar no melhor resultado para o cliente”, explica Junior.

    A coxinha é o item mais popular da padaria. Já virou uma tradição da Brasileira. “O público vem até a padaria e fala que não encontra em outro lugar uma coxinha de massa cremosa e fritura crocante como a nossa. Somos campeões cinco anos consecutivos do prêmio “Comer & Beber” da Veja ABC como o melhor salgado da região”, Junior se orgulha. E para ele, o segredo está em se reinventar todos os dias.

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