Chef Nana Oliveira – Mais do que o esperado

    Chef Nana Oliveira relata que, em pouco tempo, seu empreendimento teve de ser fechado para a realização de ampliações, já que movimento foi acima das expectativas

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    Nana Oliveira tem uma grande paixão pela gastronomia e foi justamente esse o principal motivo para que ela iniciasse um novo negócio, que desde o começo chamou a atenção de muita gente e fez bastante sucesso. Muitas pessoas defendem que no mês de dezembro não se dá início a nada, mas a chef contrariou esse pensamento e, no dia 18 de dezembro de 2014, foi inaugurada a Nana Hamburgueria. Sete dias depois, o negócio teve que ser fechado, uma vez que o movimento foi acima do que era esperado e foi preciso fazer ampliações para atender todo o público. “Quando abrimos, nossa expectativa era muito pé no chão, especialmente considerando que a cidade não tinha nenhuma hamburgueria com esse perfil. Já nos sete primeiros dias, fizemos uma ampliação porque percebemos que havia uma demanda. No último mês, dobramos o espaço e vemos que o público continua nos prestigiando. Isso nos deixa muito felizes”, disse a profissional em material enviado pela assessoria de imprensa.

    Dois anos após isso, levou para Blumenau, em Santa Catarina, um modelo novo de negócio, cujas características principais são a simplicidade e também o sabor. No ano de 2016 foi lançado o Nana em Casa, que é um serviço de tele-entrega, entre outros diferenciais que podem ser encontrados no estabelecimento e que são capazes de atrair bastante os consumidores. “Após estudar, ficamos um ano observando o movimento do mercado e percebemos que em Blumenau ainda não tínhamos uma hamburgueria artesanal. A ideia inicial era abrir um Food Truck, mas como não tínhamos legislação vigente para esse formato, achamos muito arriscado e decidimos abrir uma loja. Percebemos também uma tendência muito forte: o ‘simple life’ (que busca a vida na essência, sem embalagem, sem casca). O resultado dessas tendências de comportamento se reflete em muito setores diferentes, na comida onde um restaurante com comida boa com decoração simples pode se destacar, na moda em que o estilo e a busca de peças básicas e de alto conforto e qualidade pode ser mais interessante que o fast fashion, na arquitetura onde se busca trabalhar com materiais mais primários, ferro, cimento e madeira. Enfim, o que significa é que ‘menos às vezes pode ser muito mais’. Essa é a nossa proposta”, afirmou a chef em entrevista que foi realizada para a Food Service News.

    Para a chef, um dos segredos para a expansão dos negócios está justamente na proposta da casa que, como ela frisa, é muito verdadeira. Ela afirma que a empresa acredita em um lugar que seja simples, sem firula, mas que apresenta muito sabor. Nesta entrevista que foi realizada para a Food Service News, a chef falou a respeito do início da sua carreira, os principais desafios que foram enfrentados por ela, os benefícios que ela encontra na área, além de destacar como ela enxerga a área de alimentação hoje no Brasil. “Nos últimos 10 anos, a gastronomia no Brasil deu um salto. Está em crescimento e não vai parar de crescer tão cedo! Basta perceber a quantidade de programas sobre culinária na TV e canais no YouTube. Percebo que temos que desenvolver melhor a matéria-prima junto com produtor, produtos com mais qualidade para melhor resultado final na mesa. Você pode ter todas as técnicas, mas se a matéria-prima não for de qualidade o resultado não é o mesmo”, disse. Veja, abaixo, a entrevista completa.

    Chef Nana Oliveira
    “Você pode ter todas as técnicas, mas se a matéria-prima não for de qualidade, o resultado não é o mesmo”, defende Nana

    Food Service News: Como você iniciou a sua carreira?
    Nana Oliveira: Após trabalhar 12 anos em outra áreas, decidi que era hora de largar a minha carreira atual e ir atrás do meu sonho. Sempre gostei de cozinhar e sentia uma necessidade de trabalhar feliz, trabalhar com algo que gosto de fazer. Juntei o útil ao agradável! Confesso que não foi fácil sair de uma zona de conforto e começar tudo do zero, mas está valendo a pena.

    FSN: Quais são os maiores desafios da área?
    NO: Gestão de pessoas. Cada pessoa tem um mundo diferente dentro da mente. O desafio é que no trabalho você consiga alinhar os interesses dos colaboradores com as metas da empresa.

    FSN: E os benefícios?
    NO: Você trabalha para fazer a felicidade das pessoas. Se elas sentem prazer comendo, logo, ficam felizes, sendo assim eu me sinto mais feliz também.

    FSN: Como você enxerga a área de alimentação no Brasil?
    NO: Nos últimos 10 anos, a gastronomia no Brasil deu um salto. Está em crescimento e não vai parar de crescer tão cedo! Basta perceber a quantidade de programas sobre culinária na TV e canais no YouTube. Percebo que temos que desenvolver melhor a matéria-prima junto com produtor, produtos com mais qualidade para melhor resultado final na mesa. Você pode ter todas as técnicas, mas se a matéria-prima não for de qualidade, o resultado não é o mesmo.

    FSN: Como você desenvolve as suas receitas?
    NO: Muita pesquisa. Gosto muito de viajar e sair para comer fora. O meu equilíbrio está em juntar as técnicas da culinária clássica, as referências que tenho, com a minha imaginação.

    FSN: Como é o dia a dia na profissão?
    NO: Puxado, 12 horas todos os dias, uma verdadeira panela de pressão, afinal trabalhamos em uma profissão em que o erro não é aceitável pois as pessoas estão buscando, além de comer, um momento para ficar off. Os erros que são humanos não podem de modo algum estragar esse momento.

    FSN: Quais foram os seus principais aprendizados até hoje?
    NO: Amor e respeito pelo alimento, sem ele nós não existimos, e amor e respeito pelas pessoas: fornecedores, colaboradores e clientes. Por mais que todos estejam trabalhando para ter um retorno financeiro, podemos fazer isso de forma mais leve, com mais troca, evoluindo juntos e menos competição.

    FSN: Quais os conselhos que você dá para quem está entrando na área?
    NO: Gaste mais dinheiro comendo fora, buscando referências, tendo sede por culturas diferentes para que você seja um profissional completo. Gastronomia não é glamour, é barra, é limpeza de chão no fim do expediente, é pressão para entregar o prato no tempo certo com a mesma qualidade de sempre, mas se você realmente ama, vai fazer com gosto.

    FSN: Como a Nana Hamburgueria surgiu?
    NO: Após estudar, ficamos um ano observando o movimento do mercado e percebemos que em Blumenau ainda não tínhamos uma hamburgueria artesanal. A ideia inicial era abrir um Food Truck, mas como não tínhamos legislação vigente para esse formato, achamos muito arriscado e decidimos abrir uma loja. Percebemos também uma tendência muito forte: o “simple life” (que busca a vida na essência, sem embalagem, sem casca). O resultado dessas tendências de comportamento se reflete em muito setores diferentes, na comida onde um restaurante com comida boa com decoração simples pode se destacar, na moda em que o estilo e a busca de peças básicas e de alto conforto e qualidade pode ser mais interessante que o fast fashion, na arquitetura onde se busca trabalhar com materiais mais primários, ferro, cimento e madeira. Enfim, o que significa é que “menos às vezes pode ser muito mais”. Essa é a nossa proposta.

    FSN: Quais são os diferenciais do estabelecimento?
    NO: Baixa gastronomia, lugar simplista com comida fresca de alta qualidade e com o preço justo.

    FSN: Como se destacar no segmento?
    NO: Ser diferente, criar algo novo no mercado que faça a pessoa ter o motivo de ir e querer voltar depois. Parece ser fácil, mas é um trabalho diário.

    FSN: Em uma semana, o estabelecimento teve um movimento bem acima das expectativas. Para você, quais foram os motivos para isso?
    NO: Muito acima, tanto que tivemos que fechar as portas em menos de uma semana para realizar uma reforma para fazer as adaptações necessárias para conseguir atender a demanda. Nós acreditamos que isso aconteceu por termos um bom produto colocado no mercado na hora certa.

    FSN: Por que investir em entrega também é importante?
    NO: Pois entendemos que nem sempre a pessoa quer sair de casa para ir no nosso estabelecimento, cada vez mais as pessoas estão sem tempo para preparar as refeições e ainda ter que lavar a louça depois.

    Nana Oliveira
    “Gaste mais dinheiro comendo fora, buscando referências, tendo sede por culturas diferentes para que você seja um profissional completo”, aconselha a chef

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