Jogos Paralímpicos, mais vitórias

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    De 7 a 18 de setembro, os Jogos Paralímpicos tomaram conta do cenário esportivo brasileiro e mostraram como grandes empresas podem estar engajadas com os atletas. Essas empresas foram responsáveis pela parte financeira, por ceder seus produtos para ajudar no desenvolvimento de atletas, produção de conteúdo publicitário, entre outras ações.

    Muitas dessas marcas já contribuem com o desenvolvimento de atletas antes mesmo das competições. A Food Service News preparou uma matéria sobre a importância dos Jogos Paralímpicos para o desenvolvimento do esporte nacional, além de mostrar como esse auxílio pode fortalecer a imagem da marca no que diz respeito a sua responsabilidade social e à aproximação com os clientes.

    De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em uma pesquisa publicada em 2015, 6,2% da população brasileira têm algum tipo de deficiência. Foram considerados quatro tipos de deficiências pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), são elas: auditiva, visual, física e intelectual..

    Os Jogos Paralímpicos

    Os Jogos Paralímpicos Rio 2016 mostraram o quanto o Brasil tem potencial nessa categoria. O país é um dos que mais receberam medalhas e mostrou todo o seu talento e superação não apenas nas quadras, mas na organização do evento.

    Na abertura dos jogos, com a presença de grandes esportistas de todo o mundo, o Brasil recebeu o reconhecimento de fazer uma grande festa de celebração. O grupo brasileiro recebeu 350 pessoas, sendo 190 atletas. Durante as competições, foram 286 competidores que levaram a bandeira do país para ser representada.

    Crodoaldo Silva, uma das estrelas paralímpicas, foi quem acendeu a pira olímpica dos jogos. A cerimônia também teve a mensagem “O coração não conhece limites”, mostrando como cada ser humano tem potencial para fazer seus sonhos se realizarem.

    Marcas

    Os Jogos Paralímpicos também tiveram apoio de grandes marcas do cenário nacional e internacional, como Sadia, Coca-Cola, Latam Airlines, Nissan, Claro e Embratur. De acordo com Sérgio Silva Dantas, professor de marketing e coordenador de administração da Universidade Presbiteriana Mackenzie, além da responsabilidade social que a empresa demonstra, ajudar os Jogos Paralímpicos pode motivar maior engajamento em seu público consumidor.

    Campanhas publicitárias e a exposição da marca durante os jogos podem provocar a aproximação do público com a marca. “É uma grande oportunidade para as empresas de mostrarem suas convicções e provocarem a solidariedade e compaixão para a causa”, pontua Sérgio.

    O esporte é uma das grandes paixões dos brasileiros e pode acarretar em oportunidades de trabalhar o nome da marca.

    Para Sérgio, a própria marca do Brasil ficou muito fortalecida com as Olimpíadas 2016. Marcas que envolvem esportes ganham uma grande chance de expor seus produtos e lançar materiais de apoio aos eventos. “Especificamente, acho que algumas questões sobre pessoas com deficiência têm maior abertura durante os Jogos Paralímpicos”, pontua.

    Antes da realização do evento paralímpico, a revista Vogue publicou um editorial com os atores Cléo Pires e Paulinho Vilhena como se fossem atletas paralímpicos. Foram realizados efeitos com Photoshop nos atores. A foto gerou grande polêmica nas redes sociais sobre a representatividade de atletas em campanhas publicitárias. Muitas pessoas questionaram não terem usados atletas paralímpicos durante a ação.

    O exemplo da Vogue levantou uma dúvida sobre a produção de conteúdo durante os Jogos Paralímpicos e como isso poderia ser feito. De acordo com Sérgio, muitas vezes as marcas podem não deixar clara a mensagem que querem passar e produzem significados conflitantes.

    “Sempre vão ter polêmicas. Os cuidados das marcas devem ser em traduzir qual foi a intenção ao produzir a campanha. Uma mensagem acompanhada pode ajudar na compreensão, por exemplo”, explica Sérgio.

    Sadia

    As marcas Sadia e Batavo, ambas da BRF, foram grandes apoiadoras dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos 2016. De acordo com a Revista BRF, Batavo e Sadia patrocinaram os Jogos Olímpicos e a Sadia apoiou os Jogos Paralímpicos. “A Sadia e a Batavo são marcas que desfrutam enorme empatia do consumidor brasileiro e têm um histórico de envolvimento com o esporte. O acordo funcionará como uma excelente plataforma para engajar a população e reforçar nosso compromisso com os atletas e a comunidade esportiva do país.
    São mais duas marcas de imenso prestígio a acreditar no projeto dos Jogos, o que nos deixa muito contentes e orgulhosos”, afirmou Carlos Arthur Nuzman, presidente do Rio 2016, para o veículo.

    Já para a empresa, a participação nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos demonstram o compromisso social com o tema, principalmente por terem acontecido no Brasil. A Sadia patrocina também 24 atletas de alto rendimento.

    Petrobras

    A Petrobras também é uma das patrocinadoras oficiais dos Jogos Paralímpicos, conforme o compromisso assinado no dia 30 de agosto. O apoio também acontece com vários atletas que disputaram os Jogos Paralímpicos e Olímpicos, chamado de “Time Petrobras”.

    De acordo com informações do site da empresa, dois atletas paralímpicos integram a equipe. O primeiro deles é o nadador Daniel Dias, recordista brasileiro que conquistou 10 medalhas nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, e nas de Londres, em 2012.

    Outro apoio da Petrobras é para Verônica Hipólito, do atletismo, que conquistou ouro e prata no Mundial Paralímpico de Lyon, em 2013. A atleta também foi responsável por duas medalhas nessa edição das olimpíadas, na categoria T38, para pessoas com paralisia cerebral.

    O contrato firmado pela Petrobras com os Jogos permite divulgações em redes sociais, TVs e mídia impressa, além de exibir a marca do “Time Petrobras” em meios tradicionais, como nas arenas. O patrocínio destinado foi de R$ 10,5 milhões e integra o orçamento estipulado com gastos em esportes em 2016, de R$ 98 milhões.

    Coca-cola

    A Coca-Cola, uma das mais tradicionais patrocinadoras de eventos esportivos, presente nos jogos Paralímpicos desde 1992, foi uma das patrocinadoras oficiais do evento. A empresa também teve dois atletas paralímpicos do seu time de embaixadores representados, Verônica Hipólito e Fernando Fernandes.

    Em entrevista para o Rio 2016, Flávio Camelier, vice-presidente da Coca-Cola Brasil, disse que a marca está presente nos eventos mais importantes de celebração do esporte em todo o mundo e os jogos Paralímpicos Rio 2016 mostram mais um ato de apoio. A companhia também é patrocinadora do Comitê Olímpico Internacional (COI) e revezadora da Tocha Olímpica nos Jogos do Rio.

    Bradesco

    Patrocinador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, o Bradesco apostou em uma campanha para atrair seu público a torcer com os atletas, chamada de “Ainda mais BRA”, que chama a atenção para o esforço desses esportistas nas provas disputadas e também para parte da população que se relaciona com algum tipo de deficiência.

    A campanha foi assinada pela agência WmcCann e foi veiculada na TV aberta e fechada, rádio, mídia impressa e mídia exterior.

    De acordo com o Portal Rio 2016, a trajetória do banco se associa com o estímulo de práticas esportivas no Brasil. São seis modalidades apoiadas pela instituição: rugby, vela, judô, remo, basquetebol e desportos aquáticos.

    Nissan

    A Nissan firmou compromisso como patrocinadora oficial dos Jogos Paralímpicos. Como uma das ações está o auxílio de atletas com o Time Nissan, que ajuda no desenvolvimento desses esportes desde 2012. A empresa também ajudou com o revezamento da Tocha Paralímpica durante todo o período de competições até o dia de encerramento, no dia 18 de setembro.

    A frota olímpica, que utilizou 4.200 carros Nissan, incluindo Kicks e o carro oficial dos Jogos 2016, foi totalmente mantida para atender a demanda paralímpica. O Hotel Nissan Kicks, localizado em Copacabana, também ofereceu hospedagem para os atletas olímpicos durante os Jogos. O espaço também recebeu shows e eventos.

    A fundação Adapt Surf, uma entidade sem fins lucrativos que promove a inclusão social de pessoas com algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida, esteve instalada próxima ao Hotel Nissan Kicks. A entidade ofereceu aula de surfe durante os Jogos.

    Acessibilidade

    Durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, a acessibilidade foi tema de grande discussão entre estabelecimentos que receberam os atletas. Na organização dos jogos, porém, houve todo um cuidado para que as pessoas com algum tipo de deficiência pudessem participar do evento.

    De acordo com informações do site Rio 2016, foram oferecidos sanitários acessíveis em todas as arenas de competições, classificados como extra-acessíveis; com maca e guincho para auxiliar no transporte; e sanitários para pessoas com dificuldade locomotora. Além disso, os centros de informação dos Parques Olímpicos da Barra e de Deodoro emprestaram cadeiras de roda para quem precisava, gratuitamente. O armazenamento também foi realizado, para garantir maior conforto nas instalações.

    Nas instalações onde tiveram a presença de atletas com deficiência visual, comentaristas descritivos fizeram a narração das competições ao vivo, através do serviço de Sport Rádio. Todas as instalações também contaram com assentos para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

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