Food bike. Faturando sobre duas rodas

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    Charmosas, as bicicletas tomaram conta das ruas, principalmente nos serviços de alimentação. Os food bike são a nova tendência do mercado sobre rodas, que teve início com os food trucks. Além de serem opções de negócio mais baratos, as bicicletas não ocupam grandes espaços pela cidade. Todas essas características fazem com que os empreendedores se interessem por empreender nesse ramo.

    Em algumas cidades, como em Belo Horizonte, essas empresas conseguiram uma forma para divulgar os negócios. Dia após dia, o Food Bike BH, que possui conta no Instagram, divulga onde as bicicletas estarão paradas. Além de ser bom para os negócios, também é bom para os clientes, que sabem o que há que melhor por perto.

    E não faltam opções para montar sua bike. A Moove Bikes, por exemplo, é uma empresa especializada somente em negócios sobre rodas. Dentro dos tipos oferecidos, são vários os serviços, que vão além da comercialização de comidas, indo também para roupas, ações promocionais para empresas e delivey urbano.

    Cadê meu Brigadeiro?

    De olho nos eventos, o “Cadê meu Brigadeiro?” resolveu investir na bike, que já possui uma versão do negócio em formato de food trucks. A ideia nasceu em 2011, através de Mônica Galan. A empreendedora iria se casar e queria algum doce que não fosse bem-casado. Pesquisando, ela conheceu o brigadeiro gourmet em São Paulo e decidiu levar a ideia para Belo Horizonte (MG).

    Food bike“Pesquisei bastante sobre o assunto e resolvi, então, fazer um curso em SP com um chef belga e, juntos, conseguimos criar uma receita exclusiva onde o sabor do chocolate belga sobressai e a textura do brigadeiro permanece”, explica Mônica.

    A paixão pelo chocolate a levou e ao marido, Rodrigo Azevedo, a criarem sabores exclusivos com 100% de chocolate belga. Com a receita nas mãos, o próximo passo foi deixar os produtos mais bonitos, com embalagens personalizadas. As vendas começaram a ser feitas para estabelecimentos, como restaurantes e cafés. As encomendas não paravam de crescer e o negócio precisou se expandir.

    A irmã de Mônica, Fernanda Galan, também ajudou nesse processo de expansão. “As encomendas foram aumentando e sentimos a necessidade de expandir. Chegamos a pensar em quiosque, loja de shopping e formatos desse tipo, mas não achamos que era a nossa ‘cara’. Como tínhamos um produto diferenciado, queríamos um ponto de venda diferenciado também. Veio, então, a ideia do food truck, e esse projeto foi sendo desenvolvido por dois anos”, explica Mônica. Para desenvolver o negócio, foi necessária muita pesquisa, principalmente em relação ao mercado e à legislação para os trucks.

    O “Cadê meu Brigadeiro?” se expandiu tanto, que além dos pontos em food trucks nas ruas, começou a ir para eventos. A ideia surgiu dos próprios clientes, que queriam o automóvel nesses locais, mas não havia espaço para acomodá-lo. Foi aí, então, que a bicicleta começou a ser pensada. Prática e acessível, a bike faz sucesso com os clientes. “A demanda é bem bacana. A maioria é de empresas que querem divulgar a loja, ou alguma data especial de comemoração de aniversário, e desejam oferecer algo diferente aos funcionários”, ressalta Galan.

    Para Mônica, o público da cidade tem aderido ao comércio sobre rodas, com grande aceitação. “Os belorizontinos abraçaram essa, os trucks e bikes, pois a maioria oferece um serviço de qualidade e acessível”, ressalta.

    Chocake Cupcake

    Fabio-CristilliCarolina Coscarell tem apenas 19 anos e já empreende desde os 16. A moça vende doces como pão de mel, cupcake e palha italiana em sua bicicleta pelas ruas de Belo Horizonte.
    Com os doces, Carolina começou há três anos, mas a ideia da bicicleta teve início há três meses. “A ideia da food bike surgiu com a vontade de ter maior contato com o público, e não trabalhar apenar com encomendas”, explica. Ela conta que começou a cozinhar desde nova, o que aprendeu com sua mãe. Hoje, as duas dividem a produção do Chocake.

    Um dos benefícios trazidos pelo negócio sobre rodas, para Carolina, é não ficar presa a um único local da cidade, tendo maior mobilidade em seu negócio. “A vantagem é que você tem um maior contato com um público, não fica presa em um ponto fixo e pode sempre conquistar clientes em vários pontos da cidade. As desvantagens são o transporte da bicicleta, que é difícil, e a grande exposição que você tem ao ficar na rua”, explica.

    A fundadora do negócio conta que os produtos mais pedidos na bike são o cupcake de nutella e o bolo no potinho de Ouro Branco. Outro cuidado que ela tem é com as embalagens, que precisam ser bonitas, proteger os alimentos e oferecer praticidade aos clientes.

    Para comercializar os doces, ela conta com a ajuda dos clientes, que sugerem bons lugares para estacionar sua bicicleta. “Os pontos de venda eu escolho de acordo com o que meus clientes me pedem, onde tem mais demanda e maior fluxo de pessoas”, comenta Carolina.

    Bike Café

    Com uma proposta diferente, o Bike Café foi criado com o intuito de deixar a cidade com mais áreas de lazer. O café especial promovido pelo negócio é um dos motivos que atraem, todos os dias, os clientes para a bicicleta, além das causas que são engajados.

    O Bike Café é feito por ciclistas, vendidos em estabelecimentos que apoiam os ciclistas e doam 10% de seu faturamento para os projetos do Instituto Aromeiazero. O instituto não tem fins lucrativos e visa promover o esporte, a arte urbana, mobilidade, entre outras questões relacionadas com as bicicletas. “Acreditamos na ocupação do espaço como forma de as pessoas ganharem em qualidade de vida. Além disso, participamos de vários food parks e eventos ao ar livre; não tinha sentido criar uma estrutura cara e engessada como são as lojas físicas”, explica Murilo Casagrande, fundador e sócio do Bike Café.

    De acordo com o fundador, a ideia de criar uma loja física nunca passou pela cabeça dele e de mais dois sócios do Bike Café. “Primeiramente, nós criamos o Aromeiazero, um instituto que faz projetos sociais e culturais com o tema bicicleta. Depois, criamos o Bike Café, que é uma marca de café especial vendido em três moagens e que reverte 10% do  food parks e eventos ao ar livre; não tinha sentido criar uma estrutura cara e engessada como são as lojas físicas”, conta Casagrande.

    Desde que começaram a pedalar pela cidade com seus cafés, muita coisa relacionada aos food bikes também mudou. Casagrande conta que hoje, em São Paulo, cidade onde atuam, podem ser encontrados os mais variados produtos sendo oferecidos em duas rodas. “Uma variedade maior dos tipos de produtos e alimentos oferecidos – e uma saturação de outras receitas. Também surgem mais e mais modelos de bicicletas disponíveis. Ainda pedalamos carroças por aqui, com poucos fabricantes. Mas uma nova geração dessas máquinas vai revolucionar o sistema logístico nas cidades. Também começam a pipocar as Service Bikes, bicicletas que não vendem alimento, mas prestam serviços dos mais variados, como estampa de camisetas; estúdios fotográficos e bicicletárias móveis”, diz.

    O público-alvo do Bike Café é, em sua maioria, pessoas interessadas em uma cidade com mais qualidade de vida, além de ciclistas e jovens. Segundo o fundador do negócio, um dos maiores problemas vividos pelos food bikes são em respeito à infraestrutura das cidades, que impossibilitam a comercialização dos produtos oferecidos.

    Casagrande conta que o a legislação, muitas vezes, deixa os comerciantes sem amparo. “Cada cidade possui uma legislação diferente. A prefeitura tem facilitado algumas coisas, mas dificultado outras. Já levamos o Bike Café para Brasília e outras cidades, e vemos um grande potencial para todo o Brasil”, explica.

    Para levar o café até seu público, alguns critérios são avaliados para definir onde a bike irá estacional. “Escolhemos locais que tenham boa circulação de público e uma proposta de ocupação daquele espaço interessante. Também somos contratados para fazer todo tipo de evento: desde congressos médicos até karaokê no minhocão. O interessante é ter um grande e variado volume de gente”, finaliza.

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