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    Empreendedora, chef de cozinha e apresentadora, Danielle Dahoui relata como se tornou uma profissional tão bem-sucedida

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    Danielle Dahoui ficou mais conhecida pelo seu trabalho na televisão, como apresentadora do programa Hell’s Kitchen. Porém, a chef de cozinha tem uma vasta experiência não apenas no mundo do entretenimento e na culinária, mas também nos negócios. Danielle já comandou sete restaurantes e até pensou em criar um conteúdo sobre empreendedorismo para a internet.

    Quem vê sua habilidade gastronômica não imagina que Danielle exerceu outras profissões antes de se tornar chef. A pernambucana tem origem franco-italiana e cresceu no Nordeste do Brasil até os 11 anos de idade. Mudou-se para Petrópolis, no Rio de Janeiro, com a mãe e o padrasto, compartilhando a paixão entre a culinária e a costura. A principal fonte de inspiração veio em sua própria casa: sua mãe e sua avó.

    O início

    Aos 18 anos, Danielle já trabalhava com costuras e fazia festas temáticas em Petrópolis. Não demorou muito para a paixão pela cozinha aflorar e para ela aperfeiçoar o seu dom. Sua primeira experiência no ramo foi com 22 anos, quando atuou em uma barraca de praia no sul da Bahia. O local logo teve aumento em sua freguesia e reconhecimento, tornando-se o primeiro case de sucesso na carreira da pernambucana.

    Aos 23 anos, Danielle decidiu aprender fotografia e gastronomia na França. Sem falar francês nem ter muito dinheiro, ela começou a trabalhar em restaurantes da região e aprendeu as melhores práticas culinárias do país. Lá, suas tarefas foram desde a cozinha ao bar, conhecendo mais sobre vários setores de um estabelecimento de alimentação.

    De volta ao Brasil, a chef começou a fazer sobremesas para restaurantes, além de pequenos jantares. Sua prática na cozinha se misturou com o empreendedorismo, em que Danielle pensava sobre as melhores formas de expandir o negócio. Ao arrendar o almoço
    em um restaurante, notou o sucesso com a clientela e decidiu montar um bistrô. A ideia de Danielle era criar um espaço no qual os funcionários tivessem grande importância na estruturação dos serviços.

    Ruella

    O primeiro empreendimento foi o Ruella Vila Olímpica, em 1996. De acordo com informações do bistrô, em seu portal, a ideia era criar um ambiente onde os clientes pudessem se sentir à vontade e ter bons pratos para saborear. Um dos fatores levados em consideração para montar esse ambiente foi sua decoração, que precisava harmonizar com a proposta do restaurante.

    Não demorou muito para que outros estabelecimentos também ganhassem vida.
    Danielle foi responsável pela criação do Cozinha de Bistrô Autoria, o Café Bistrô, o Bar d’Hôtel, o Bar do Lado e o À Côté Bistrô. O sucesso era percebido por onde passava, não só pela sua culinária, mas pelos negócios bem estruturados no mercado.
    Ao lado de Letícia Urbano Lopes, Danielle fez o Ruella ganhar ainda mais força. As sócias inauguraram o Ruella Pinheiros e o Ruella Mário Ferraz, seguindo os mesmo preceitos da primeira unidade construída.

    Para a TV

    Danielle Dahoui sempre gostou de programas de culinária, porém tinha algumas críticas quanto à forma como eram conduzidos. De acordo com a chef, a maioria deles tratava os participantes de uma maneira grosseira, o que ela desaprova.

    Até que, certo dia, a profissional começou a ser sondada para o Hell’s Kitchen, no SBT. “O diretor do programa marcou uma entrevista comigo e falou que tinha interesse em eu assumir a apresentação. No começo, não queria muito”, comenta Danielle.

    Segundo a chef, ela explicou que não desejava fazer parte de um programa culinário porque não concordava com a forma de tratar as pessoas. “Eu expliquei que eu não faria esse tipo de coisa, e o diretor contou que, exatamente por isso, era a pessoa ideal para o cargo”, complementa Danielle. Para que tudo desse certo na televisão, ela pediu uma maior liberdade com o Hell’s Kitchen e deu início ao programa.

    A profissional entrou no lugar do chef Carlos Bertolazzi, primeiro apresentador do Hell’s Kitchen. Danielle já se interessava em produzir conteúdo, mas pensava em algo menor. De acordo com ela, a ideia de fazer algo para a TV aberta nunca tinha passado pela sua cabeça antes, por ter um amplo alcance.

    “Eu já havia pensado em criar vídeos falando sobre empreendedorismo, mas nunca tinha imaginado fazer algo grande para a TV aberta. Pensei em falar da minha experiência de 21 anos de trabalho, sete restaurantes de sucesso e poder passar isso para as pessoas”, explicou a chef. Ainda segundo ela, essa vontade em fazer algo sempre era deixada de lado devido à sua agenda. “Como tenho três restaurantes e mais de 100 colaboradores, não tinha tempo para colocar esses planos em prática. Trabalho muito”, acrescenta.
    Ao surgir a oportunidade com o Hell’s Kitchen, Danielle foi avisada que fazia parte de uma reformulação do programa, e ela como mulher poderia acrescentar muito ao novo formato. Ela é a primeira mulher a chefiar o Hell’s Kitchen no mundo.

    O protagonismo feminino nessa edição não ficou só com a apresentadora. Pela primeira vez no Hell’s Kitchen brasileiro, uma mulher ganhou a competição. No fim do último ano, Cris Mota venceu a quarta temporada e faturou R$ 100 mil e cursos do Bristrô Ruella, de Danielle.

    “O machismo não é um problema exclusivo da gastronomia, mas um problema cultural. São muitas as diferenças entre os gêneros, inclusive de salário. Eu amo ser mulher, não trocaria por nada, apesar desses problemas. Temos conquistado um espaço grande no mercado”, comenta Danielle. Segundo ela, a mulher precisa reconhecer o seu potencial e continuar buscando seu espaço na sociedade.

    Chef

    Para quem deseja seguir os passos de Danielle na cozinha, a profissional afirma que é preciso ter pé no chão e consciência de que a profissão não é tão bem remunerada quanto imaginam. “Meu conselho é: antes de sonhar em ser chef de cozinha, vá trabalhar em um restaurante lavando louça, fazendo salada ou grelhando carnes, por exemplo. Só depois, ou em paralelo, estude para se tornar um chef”, pontua Danielle. “Chefiar uma cozinha é fazer com que sua equipe funcione de uma forma harmônica e satisfaça os clientes. Então, minha dica é que as pessoas trabalhem antes para ter certeza se é isso o que desejam”, complementa.

    Causas Ambientais

    Desde 1996, Danielle faz reciclagem de lixo para não prejudicar o meio ambiente. De acordo com o site do Ruella, a chef já mandou fax para outros restaurantes, incentivando a reciclagem e reutilização dos excedentes gerados.

    A profissional participa de ONGs, palestras e dá aulas de culinária em comunidades carentes, com o intuito de transformar a sociedade através de sua experiência e inspirar o maior número de pessoas.

    Talentos

    Além de comandar os restaurantes e um programa de culinária, Danielle também soma outros talentos ao currículo de seus empreendimentos. Para se ter uma ideia, em 2001 foram lançados dois CDs com as músicas tocadas em seu restaurante, chamados de “La Musique du Ruella” e o “Bar d´Hôtel Beats”.

    Ambas as produções foram gravadas pela Universal Music e feitas pelo compositor e músico Celso Fonseca. Anos mais tarde, em 2008, um terceiro CD foi feito, o “La Musique de Dahoui”, pela gravadora ST2.

    Livro

    Danielle começou a escrever um livro após o nascimento de sua filha Noah, com o intuito de compartilhar um pouco sobre suas visões de mundo. A obra ganhou o nome de “A Pequena Ruella” e foi publicado pela editora Matrix.

    Cheio de ilustrações, a obra infantil mostra um pouco da personagem Estrela e seu cotidiano. A fantasia é um dos fatores que guiam o livro para abordar os valores que deseja ser transmitidos aos pequenos.

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