Do frozen yogurt à pizza

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    Como Rafael Soares, CEO da Oven Pizza, se reinventou e montou um negócio que deve faturar R$ 16 milhões neste ano

    Referência no conceito “fast casual”, a Oven Pizza, rede de franquias que trabalha com pizzas customizadas, tem alcançado ótimos números. Para se ter uma ideia, no ano passado, a marca faturou mais de R$ 7 milhões, e a projeção para 2017 é de R$ 16 milhões.
    O primeiro negócio do CEO da marca, Rafael Soares, porém, foi no setor de frozen yogurt. Ele chegou a ter 50 lojas franqueadas, não só no Brasil, mas também no exterior. No entanto, quando o segmento saturou, o empresário percebeu que era a hora de se reinventar. Foi daí que surgiu a Oven Pizza. A rede, hoje, está presente em quatro estados e já tem 15 lojas em funcionamento.
    Nesta entrevista para a Food Service News, Soares fala mais sobre os empreendimentos, os desafios e os benefícios da área.

    Do frozen yogurt à pizza
    “Acredito que os consumidores têm gostado muito da nossa proposta inovadora. Os bons resultados que temos obtido nos últimos meses comprovam isso e nos motiva a trabalhar cada vez mais para agradar nossos clientes”, pontua Rafael

    Food Service News: Como você iniciou sua carreira como empreendedor?
    Rafael Soares: Após sete anos de experiência nos EUA, com formação em um curso de Business Administration e atuação como trainee em uma empresa multinacional, percebi que eu precisava continuar no mercado de negócios, porém com um empreendimento próprio. Por isso, aos 25 anos, para colocar meus projetos em prática, retornei ao Brasil e fundei, com investimento pessoal, em 2009, meu primeiro negócio: uma rede de franquias de frozen iogurte. E mesmo após os percalços no caminho com minha primeira franquia, não desisti, enfrentei os desafios, me reinventei e continuei investindo no ramo alimentício.

    FSN: Quais foram os maiores desafios vivenciados por você?
    RS: Após atingir o ápice em meu primeiro negócio, com mais de 50 lojas franqueadas no Brasil, Colômbia e Paraguai, no ano de 2012, vi o mercado saturar, o que mudou todo o cenário. Nesse momento, acredito que eu tenha enfrentado o maior desafio da minha carreira: me reinventar e persistir no empreendedorismo. Estudei o mercado gastronômico novamente e decidi investir em algo inovador e que seria pioneiro no Brasil.

    FSN: Quais foram os seus aprendizados no primeiro negócio que te ajudaram no atual?
    RS: Para abrir o negócio atual, decidi ver tudo com outro olhar e utilizei as falhas ocorridas no primeiro para ingressar em um novo caminho. Estudei ainda mais o nicho e investi em um método de trabalho diferenciado, a partir de um produto que já estava no gosto popular e não fosse sazonal, ou seja, que pudesse ser consumido em qualquer época do ano. A pizza é uma paixão nacional, é tradicional, e a nossa ideia foi inovar a tradição.

    FSN: Como saber a hora certa de se reinventar?
    RS: Quando o empreendedor percebe que o mercado mudou e o seu produto e/ou serviço não será mais aceito pelos consumidores, nesse momento é necessário ter frieza e tomar novos rumos, sejam eles mudar de setor e ir em busca de novos nichos, ou se reinventar, trazendo algo inovador e atrativo para o comércio.

    FSN O que é preciso para isso?
    RS: Adquirir algumas práticas, como ser muito objetivo, tranquilo e ter disciplina para executar os novos passos junto à recém-empreitada. A mudança é difícil para qualquer pessoa e exige persistência, comprometimento, autoconfiança e planejamento. Por isso, para se obter os melhores resultados e conquistar o progresso do negócio, é preciso ter o equilíbrio entre o emocional e o operacional.

    FSN: Em sua opinião, quais as características que um empreendedor deve ter?
    RS: Um empreendedor deve ter firmeza e determinação, para que as regras e os processos da empresa não sejam deixados para trás ou fujam do controle. Além disso, a organização, foco e resiliência são essenciais para o bom funcionamento dos métodos. Já a paixão, esta é vital para o negócio. Com esses elementos combinados e em harmonia, as chances de sucesso serão enormes!

    FSN: Por que a escolha por negócios de alimentação?
    RS: O segmento alimentício sempre me chamou a atenção pela oportunidade de mercado. E depois que você adquire um certo know-how, as novas aventuras comerciais tendem a ser no mesmo setor. Os negócios de alimentação têm público, têm aceitação.

    FSN: O mercado mudou muito desde o seu primeiro negócio?
    RS: Sim, hoje o consumidor está mais exigente e criterioso, porém, querendo pagar cada vez mais barato em refeições fora de casa. O desafio é entregar um produto ou serviço com a qualidade e preço desejados pelos clientes atuais.

    FSN: Como você classifica a Oven?
    RS: A Oven Pizza é a maior inovação no ramo de praças de alimentação. Apesar de ser um produto tradicional, conseguimos trazer uma nova forma de consumir pizzas em shoppings centers, entregando um produto fresco, de alta qualidade e de forma super-rápida.

    FSN: Quais são os seus diferenciais?
    RS: Proporcionar experiências gastronômicas inesquecíveis, oferecendo pizzas e calzones artesanais, customizados pelo próprio cliente e feitos em menos de dois minutos: essa é a missão da Oven. Além disso, o cliente pode escolher as opções de acordo com a preferência dentre os 40 ingredientes premium que disponibilizamos, desde massa, molho, queijos, carnes e vegetais. Ah, é claro, sem esquecer de mencionar nosso principal diferencial: utilizamos um forno especial importado, de última geração, que permite que as pizzas sejam assadas em menos de dois minutos.

    FSN: Como a marca vem sendo recebida pelos consumidores?
    RS: Acredito que os consumidores têm gostado muito da nossa proposta inovadora. Os bons resultados que temos obtido nos últimos meses comprovam isso e nos motiva a trabalhar cada vez mais para agradar nossos clientes. Sabemos que cada pessoa tem suas preferências, então descomplicamos o processo de escolher os sabores entre amigos. Na Oven, a pizza é individual, e o cliente é livre para criar. São infinitas combinações, que atendem a todos os paladares.

    FSN: Como inovar hoje?
    RS: Inovar é pensar na mudança de comportamento dos clientes e conseguir transformar esses novos modos e atitudes em processos que ajudem a melhorar a entrega eficiente e as experiências de consumo em produtos e serviços.

    FSN: Quais as principais dificuldades ao tentar inovar?
    RS: A inovação tem um alto custo de investimento, requer pessoas qualificadas e tempo, além de um processo criativo diário dentro das empresas. Em momento de crise, sempre apaga-se o incêndio, mas não se pensa no novo. Isso é um erro. Dentro de um cenário econômico desafiador, as companhias devem concentrar mais tempo pensando no novo e inovando sempre, pois essas práticas são as que trazem mudanças!

    FSN: Quais os benefícios de se investir no food service?
    RS: Refeições personalizadas: o cliente é livre para escolher, sem restrições, aquilo que deseja comer, na hora que pretende e com a quantidade que procura; alimentação artesanal e saudável: em meio a tantos pratos e combinações, o consumidor tem a opção de escolher aquela refeição com ingredientes saudáveis e que são importantes para o bem-estar e qualidade de vida, sem contar que os produtos artesanais trazem um sentimento de “feito em casa”, que remete a uma refeição benéfica; tecnologia e performance dos processos: o food service pode investir cada vez mais na tecnologia, com o objetivo de otimizar os processos internos e, assim, melhorar os procedimentos e a qualidade dos produtos oferecidos. Isso reduz os custos, fideliza a clientela e traz experiências gastronômicas diferenciadas.

    FSN: Como crescer em meio à crise?
    RS: Para essa questão, sugiro aquele velho ditado: “nas crises que surgem as grandes oportunidades”. Essa expressão revela muito a realidade, pois, para nós do mercado de food service, este é o momento de crescer a marca e ter acesso aos shoppings centers. Tempos atrás, seria quase impossível conseguir o espaço vago para uma loja ou ter capital financeiro favorável. Hoje, conseguimos excelentes pontos comerciais por praticamente 1/3 do valor que eram pagos nos anos do “Boom Econômico”.

    FSN: Quais conselhos você dá para quem está começando agora?
    RS: Trabalhe com planejamento sempre: o planejamento de qualquer empresa é primordial para o bom funcionamento e organização do negócio. Planejar significa reduzir e prever riscos, além de possibilitar um estudo prévio de ações ou situações da organização; tenha muita disciplina: é fundamental manter o equilíbrio entre todas as áreas da empresa, para que a disciplina e a sistematização dos processos não fujam do controle. Para isso, esteja sempre atento e monte estratégias e métodos para garantir o progresso e sucesso do negócio; tenha grandes empreendedores como referência: quem já empreendeu e passou por desafios e obstáculos sabe bem como lidar com situações adversas. Dentro do cenário desafiador do mercado atual, nada melhor do que se inspirar em pessoas que fizeram uma ideia dar certo. Pesquise técnicas e busque a melhor maneira de aplicá-las em seu negócio.

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