A “descentralização” do abastecimento

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    Muitos acreditam ser difícil e alguns acreditam ser impossível desenvolver ou operar uma rede, a partir de certo número de estabelecimentos, garantindo os ganhos financeiros que a escala proporciona, o padrão de produtos que toda rede precisa ter e a consistência na qualidade que é premissa do negócio, sem ser através de um modelo de abastecimento centralizado.
    Não estariam enganados até pouco tempo, mas as mudanças que vêm ocorrendo no setor de distribuição, no modelo de abastecimento da indústria para o pequeno e médio varejo, as sinergias e parcerias entre empresas de segmentos diferentes e o agrupamento de marcas e negócios com consequente aumento da variedade de portfólio das indústrias estão derrubando a tese e trazendo novas alternativas para o mercado.
    O que antes era impossível de pensar hoje já é factível, e redes com tamanho expressivo já adotam modelos de abastecimento não centralizado para parte importante de seus insumos, sem abrir mão das questões referentes a custo, qualidade e padrão.
    Sei que quando falamos no tema logo vem à cabeça as redes com 500, 700, 1000 ou mais pontos de venda. Mas quanto essas redes representam do mercado e quantas redes chegam a ter esse némero de estabelecimentos no país?
    Existem negócios com 10, 20, 30 estabelecimentos e até menos, que são muito bem-sucedidos e com volumes de consumo e tráfego médios bem maiores do que alguns players famosos do mercado e que, mesmo assim, por questões diversas, acabam operando com um modelo de abastecimento misto ou totalmente descentralizado.
    Claro que se abre mão da conveniência e da facilidade de poder comprar e fazer pedido em um único local, mas, às vezes, principalmente em cenários econômicos como o que estamos vivendo, pode ser interessante trocar essa conveniência por prazos maiores, opções diferentes de pagamentos, redução de preço decorrente da concorrência saudável gerada por opções diferentes de fornecedores homologados e outros benefícios que podem vir com um modelo de abastecimento não centralizado ou misto bem formatado.
    Lembre-se que se antes muitos fornecedores não tinham solução para entrega ou não tinham interesse em entregar de forma descentralizada, isso mudou.
    Hoje é possível apenas negociar de forma centralizada e receber de forma descentralizada dos mesmos fornecedores, ou através de grandes distribuidores de maneira simples, eficiente e muito atrativa comercialmente.
    Se está trabalhando com um determinado modelo por acreditar que seja o único possível para o seu negócio, está em boa hora para reavaliar.
    Tem gente fazendo diferente com resultados muito bons.
    Pense nisso.

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