Corantes alimentícios permanecem em alta

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    Empresas trabalham para se adaptar às mudanças de preferências dos consumidores

    Empresas trabalham para se adaptar às mudanças de preferências dos consumidores

    Corantes alimentícios permanecem em altaDar cor e tornar os alimentos mais atrativos e saborosos. Essas são as principais funções dos corantes alimentícios, que, há muitos séculos, são utilizados, principalmente, em produtos diretamente ligados ao food service. Porém, nos últimos anos, o mercado de corantes passou por algumas particulares transformações.
    Inicialmente, os corantes alimentícios mais consumidos eram os de origem natural (vegetal, animal ou mineral), como as famosas especiarias e os condimentos, por exemplo. No entanto, com o decorrer do tempo, também surgiram versões artificiais, sendo que Willian Henry Perkin foi o primeiro cientista a sintetizar um corante, mais especificamente a malva ou malveína, que é derivada da hulha. E, desde então, houve um expressivo aumento nas descobertas de novos corantes artificiais ou sintéticos, assim como na sua utilização pela indústria de alimentos, em que seu principal uso passou a ser conferir mais cor aos itens e, em alguns casos, até mascarar produtos com pouca qualidade. Em contrapartida, hoje em dia, a lógica do mercado de corantes alimentícios é outra.
    De acordo com Rafael Blanco, CEO da Daxia, uma das mais importantes fornecedoras de aditivos e ingredientes do Brasil, “a tendência mundial é, cada vez mais, reduzir o uso dos corantes artificiais devido à busca por produtos mais naturais e clean label. Esse ainda continua sendo um desafio para a indústria. Em contrapartida, as indústrias de corantes naturais têm investido em estudos e pesquisas para melhorar a estabilidade à luz, calor e outros fatores que, anteriormente, reduziam as possibilidades de aplicações dos corantes naturais. Hoje, essas desvantagens foram minimizadas e esses tendem a ser tão estáveis quanto aos artificiais, mas com a vantagem de não apresentarem possíveis reações adversas. O mercado de corantes naturais está crescendo ano a ano. As indústrias estão investindo, cada vez mais, em produtos mais saudáveis. Ao longo do tempo, a utilização de corantes artificiais será substancialmente reduzida ou até mesmo proibida em alguns produtos. Clientes que optam por desde já desenvolver seus produtos com corantes naturais podem estar à frente de seus concorrentes e ganharem a preferência do consumidor final”, explica.
    A Daxia fabrica e comercializa corantes há mais de vinte anos. Blanco conta que a marca “produz uma linha ampla de corantes naturais, como urucum, cochonilha, betacaroteno, carbon black, clorofila, cúrcuma, antocianina e misturas diversas a base de beterraba, cenoura, espinafre, tomate e outras misturas personalizadas para atender seus clientes. Na linha de corantes artificiais, comercializamos os corantes amarelo crepúsculo, amarelo tartrazina, azul brilhante, azul indigotina, vermelho bordeaux ou amaranto, vermelho eritrosina, vermelho ponceau, além de formulações customizadas, a exemplo do verde folha, marrom m, roxo açaí, roxo uva, entre outros. A empresa tem realizado significativos investimentos para produção dos corantes naturais, especialmente, no que se refere à formulação de novas tonalidades para atender às tendências de mercado. Esse é um mercado que tende a crescer devido à busca por produtos com rótulos mais limpos, saudáveis e sem aditivos. O investimento em mix de vegetais desidratados também é outro exemplo de investimento em ingredientes clean label. Hoje, a Daxia possui a linha DAXCOR de mix vegetais com corantes naturais, que inclui cenoura, beterraba, tomate e espinafre. Os corantes da Daxia estão presentes em produtos produzidos por várias indústrias, como alimentos, bebidas, suplementos, cosméticos, house hold, nutrição animal, entre outras especialidades”, detalha.
    Robson Camillo é engenheiro de alimentos e gestor de negócios da LC Bolonha, que, há mais de vinte anos, também atua no segmento de corantes alimentícios, mas a partir do processo de distribuição. Ele avalia que “no food service, ainda é muito comum a aplicação de corantes artificiais. Nos últimos meses, estamos vendo uma busca maior pela substituição. Porém, ainda de forma discreta. Dos naturais, os mais comumente utilizados em food service são os corantes urucum e carmim de cochonilha. A LC Bolonha trabalha com o fornecimento de todo o tipo de corante natural. Possuímos uma linha completa, incluindo o carmim de cochonilha, urucum, páprica, cúrcuma, carvão vegetal e clorofila. Além disso, temos uma linha inovadora de ‘ingredientes que colorem’, que são concentrados de extratos naturais que concedem cor ao produto alimentício, mas não é considerado corante. Como exemplo, o concentrado de espirulina, que confere a coloração azul. Nós trabalhamos na forma de distribuição e o volume mensal gira em torno de 2000 kg mensais”, destaca.
    Camillo também partilha que “a LC Bolonha sempre está atenta às inovações de mercado e às demandas do consumidor. Assim, buscamos sempre apresentar as novidades aos clientes e fazer a manutenção dos corantes mais comuns. Compartilhamos as mudanças de legislação e o que o resto do mundo está fazendo para colorir os alimentos de forma a atender todas as necessidades comuns. Sabemos que a busca por produtos saudáveis e naturais está em ascensão e dividimos nossa tecnologia para solucionar o desejo dos produtores. Contamos com clientes na linha de lácteos, frigoríficos e alimentos processados em geral. Com ampla variedade de corantes, possuímos a solução para colorir todo o tipo de alimento”, afirma.

    Variações e aplicabilidade

    Corantes alimentícios permanecem em altaSegundo Blanco, da Daxia, “faz parte de nosso trabalho a melhor seleção das matérias-primas e a padronização do produto que oferecemos aos nossos clientes. O know-how que desenvolvemos há mais de vinte anos faz com que nosso cliente final não tenha dificuldades na utilização dos corantes e que tenha um produto estável durante todo o ano, tanto com aplicação dos corantes naturais quanto dos artificiais. Há muitos anos, desenvolvemos corantes naturais e artificiais para as mais diversas aplicações alimentícias. Com o aumento da demanda por produtos naturais, expandimos nossa linha de produtos e aplicação em outros mercados, além do alimentício. Possuímos uma completa estrutura de vendas, com atendimento eficiente e personalizado, que busca superar desafios, promover bons negócios e apresentar soluções aos nossos clientes. Ao longo dos anos, ampliamos e diversificamos o portfólio com produtos inovadores e personalizados, capazes de atender às demandas de cada cliente”.
    Camillo, da LC Bolonha, ressalta que “corantes alimentícios são ingredientes adicionados a uma formulação com a finalidade de conferir cor a um produto alimentício. Como a cor é a primeira característica organoléptica que o consumidor identifica, a principal função do corante é transmitir os outros atributos presentes e, assim, gerar a expectativa do que se pode esperar. A LC Bolonha fornece corantes para todos os tipos de alimentos, atendendo todos os mercados da área. Desde queijos a refrigerantes, contamos com variedades de aplicação que encaixam em todos os produtos alimentícios. A empresa iniciou suas atividades no início da década de 90 com atividades varejistas e, ao longo dos anos, se moldou como distribuidor e representante de diversos tipos de ingredientes alimentícios”, diz. “Inicialmente, o foco era o atendimento ao mercado laticinista e, com o passar dos anos, foram feitos investimentos em ingredientes para produtos cárneos e alimentos processados no geral. A LC Bolonha trabalha em parceria com os mais conceituados fornecedores de ingredientes da indústria alimentícia, atuando nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Com anos de experiência nos seus segmentos, nossos parceiros e fornecedores podem, junto com a LC Bolonha, auxiliar os nossos clientes a obterem o máximo em eficiência e qualidade em seus produtos”, afirma.

    Mercado

    Apesar das diferentes versões e constantes mudanças sobre a forma de consumo, o mercado de corantes alimentícios é estável, uma vez que, de acordo com Blanco, da Daxia, “a cor dos alimentos tem papel importante na aceitação do produto alimentício pelo consumidor. Os corantes têm a finalidade de conferir, intensificar e/ou padronizar a coloração dos alimentos industrializados, proporcionando as mesmas características de um produto natural. Eles são usados para restaurar possíveis perdas que ocorrem durante a produção e armazenamento, para manter a uniformidade do produto e atender as expectativas dos consumidores. Esses corantes podem ser naturais ou artificiais (sintéticos). Basicamente, os corantes para alimentos são os naturais (pigmento ou corante inócuo extraído de substância vegetal ou animal), corante idêntico ao natural (corante caramelo obtido a partir de açúcares pelo aquecimento e temperatura superior ao seu ponto de fusão e posterior tratamento) e os corantes artificiais (substância obtida por processo de síntese com composição química definida). No mercado food servisse, os corantes podem ser aplicados em diversos produtos como sorvetes, polpas, queijos, refrigerantes, pães, massas, entre outros”, diz.
    Para Camillo, da LC Bolonha, “o mercado de corantes está em constante expansão. O motivo atual é evidente. O consumidor já está acostumado a associar determinados tipos de alimentos com cores específicas. Porém, alguns corantes antes utilizados estão sendo substituídos por motivos de saúde, custo ou pela demanda de produtos clean label. Essa substituição aquece o mercado de corantes, fazendo com que novas pesquisas sejam realizadas e novos ingredientes desenvolvidos. É uma tarefa complexa, já que algumas cores possuem difícil estabilização. Mas isso faz parte do nosso trabalho, buscar a solução ideal para a demanda. O maior desafio atual no mercado de corantes é substituir os artificiais pelos naturais, mantendo a mesma fixação e evitando elevar os custos excessivamente. A maior facilidade é a demanda do consumidor por produtos naturais, que justificam a alteração de cor dos produtos alimentícios”, analisa.

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