Capa: Em nome de um bem maior

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    Fusões e aquisições movimentam o mercado e geram discussões sobre o “momento certo” e como aproveitar de forma assertiva as oportunidades

    “O segmento de food service ‘alimentação fora do lar’ (bares, restaurantes, lanchonetes etc) é extramente fragmentado no Brasil. Estima-se mais de um milhão de estabelecimentos comerciais, na sua grande maioria (em torno de 70% a 80%) formado por unidades independentes. Redes de restaurantes começam a crescer mais rapidamente que as unidades independentes, principalmente nos setores de QSR (Quick Service Restaurants) ou Fast Food. A tendência de consolidação através de redes também deverá atingir outros conceitos como padarias, cafés e restaurantes de serviço completo, inclusive os mais sofisticados. Já estamos observando uma onda de aquisições e essa tendência só deve aumentar”. É com essas palavras que Fernando Cardoso, Head de Food Service da AGR Consultores, introduz o tema fusões e aquisições no food service e os seus benefícios. Uma realidade cada vez mais presente entre as empresas de alimentação, o assunto tem mostrado bastante força, e grandes ações têm sido reveladas nesse sentido.

    “Entre os benefícios das fusões e aquisições, o mais comum é a racionalização e diluição dos custos fixos considerando que as funções de retaguarda administrativa como Finanças, RH, Sistemas, Compras e Marketing poderão ser compartilhadas. Outro benefício básico é a redução de custos diretos decorrentes do ganho de escala em compras e de outros insumos e serviços operacionais como manutenção e itens indiretos. Empresas com maior ambição estratégica buscam em suas aquisições outros elementos para sinergias, além dos benefícios básicos já descritos. A diversificação de conceitos e marcas pode viabilizar fluxos de receitas com diferentes sazonalidades e a transferência de novas competências entre os negócios. Como exemplo, um operador de fast food fazendo aquisição de restaurantes de serviço completo. As competências de processos padronizados e eficiência operacional do negócio fast food poderão ser ajustadas para os demais restaurantes e os fundamentos de serviço e fidelização podem beneficiar as operações de fast food. Outro exemplo, a fusão de rede de pizzaria que tem concentração de venda noturna e muita experiência em delivery, fazendo fusão com restaurantes que atendem predominantemente almoço corporativo durante a semana”, ressalta o profissional.

    Cardoso também frisa que, após a integração e a consolidação, o novo negócio estará mais robusto. Dessa maneira, o acesso a novas fontes de financiamento é facilitado, bem como a melhores oportunidades de pontos comerciais para que se possa incrementar o crescimento orgânico de cada conceito.

    Cuidados
    Para fechar bons negócios é necessário que se tenha cautela. Alguns fatores devem ser avaliados para que, de fato, possam haver bons frutos com as transações. Cardoso explica mais sobre isso.

    “Recomendamos que ao identificar uma oportunidade, seja realizada uma avaliação preliminar do desempenho do negócio e o mapeamento das possibilidades de sinergia entre as empresas. Baseado nas premissas de desempenho e de sinergias entre os negócios, deve ser elaborado um Plano de Negócios consolidando as empresas com cenário conservador e identificação de riscos e novas oportunidades. Em casos de fusão ou aquisição parcial que resultem em participação societária compartilhada, deve haver uma ampla discussão sobre as regras de governança e acordo em relação às premissas do plano de negócios. Ou seja, combinar o jogo antes para não ter surpresas e conflitos mais tarde. Recomenda-se sempre a contratação de profissionais especializados em fusões e aquisições para facilitar esse processo. Uma vez acordadas as bases, devem realizar a “due-dilligence” ou auditoria para validação das contas contábeis, possibilidades de passivos (atenção para as pendências trabalhistas), situação dos contratos etc”, destaca o profissional.

    Cardoso também lembra que “não menos importante que todas as etapas de diagnóstico, do plano de negócios, das negociações e acordos contratuais, é o desenvolvimento do plano de integração entre as empresas. Vários casos de conflitos e baixo desempenho pós-fusão são decorrentes da falta de prioridade ao plano de integração entre as empresas, que deve contemplar de forma clara processos, funções, políticas e regras e, mais importante, as pessoas”, diz ele.

    Momento Certo
    Afinal de contas, existe um momento certo para as fusões e aquisições? Cardoso frisa que não há um padrão que defina o “momento certo”. Para quem está no papel de comprador, por exemplo, ele ressalta que é importante analisar os contextos interno e externo. “Internamente, sua organização está operando de forma eficiente e consistente? Caso contrário, participar de uma aquisição poderá ser uma distração perigosa para sua equipe de gestão e comprometer seu negócio atual. Ficará mais difícil arrumar a casa e em paralelo fazer a integração do novo negócio”, afirma ele.
    Já em relação ao contexto externo, “se estiver com um cenário de baixo crescimento da economia ou do setor de alimentação, o retorno sobre o investimento poderá se alongar e enfrentar mais variáveis de riscos. Por outro lado, em cenários de crise, as oportunidades são mais atraentes financeiramente para o comprador”, diz ele.

    Outro ponto que tem relevância para o “momento certo” para o empresário que quer expandir o seu negócio por meio das aquisições, segundo Cardoso, é uma análise de seu desempenho no crescimento orgânico. “Ou seja, sua empresa teve sucesso na expansão de novas unidades? Se o histórico de aberturas de novas unidades medido pelo resultado previsto e o realizado for positivo, é muito provável que sua organização tenha maturidade para crescer através de aquisições. Se não teve bom desempenho, ou não teve uma experiência relevante de expansão orgânica, talvez sua organização não esteja preparada para o crescimento por aquisições”, diz.

    Oportunidades
    E como identificar uma boa oportunidade? De acordo com Cardoso, é possível recomendar um guia que é relativamente simples para um potencial comprador que tem interesse em expandir o seu negócio por meio de uma fusão e aquisição.

    “Uma análise preliminar para qualificar a oportunidade antes de investir tempo em um processo mais aprofundado de avaliação poderia seguir os seguintes critérios:
    1- Desempenho do negócio nos últimos três anos em relação aos padrões de mercado do segmento. Medido pelos principais indicadores para operações de alimentação – Faturamento, Margem Bruta, Margem de Contribuição, EBITDA, Volume de Transações, Ticket Médio, Momentos de Consumo, Canais de Venda – salão, delivery, pegar-levar, Fidelização e Satisfação de Clientes. Alguns desses indicadores talvez não estejam disponíveis, neste caso poderia ser estimado baseado em entrevistas ou uma pesquisa rápida;
    2- Perspectivas de crescimento para os próximos cinco anos. Para essa análise, o investidor com experiência poderá desenvolver sua própria avaliação ou recorrer a especialistas do setor para projetar taxas de crescimento. O histórico dos últimos três anos poderá indicar uma tendência sólida para a projeção de crescimento. Se o desempenho passado não foi bom, identificar a necessidade, o esforço e riscos de ações de inovação e melhoria de eficiência para crescer de acordo ou melhor que a média projetada para o segmento;
    3- Oportunidades de sinergias da oportunidade de aquisição com seu negócio atual. Importante identificar as áreas que poderão ser consolidadas gerando redução de custos, os processos que poderão melhorar eficiência operacional e as possíveis oportunidades de melhoria de vendas do negócio consolidado.

    A partir da análise dos três pontos – desempenho histórico, potencial futuro e sinergias com o negócio atual, o investidor poderá qualificar de forma mais racional uma oportunidade. Aquisição de uma rede de alimentação que tem um bom histórico de desempenho e boas perspectivas de crescimento, mas com pouca sinergia com o meu negócio atual seria o tipo de investimento adequado? O mundo perfeito seria excelente desempenho histórico, boas perspectivas de futuro e alta sinergia com meu negócio atual. Como nada, ou poucas oportunidades são as perfeitas, o investidor deve ponderar as três variáveis”, avalia.

    Pós
    Quando se fala em cuidados em relação a esses negócios, eles também devem existir após terem sido realizadas as fusões e as aquisições.

    “Após a aquisição, deve haver um processo periódico para revisão e validação das premissas e do plano de negócios. Muito provavelmente haverá desvios de resultados que precisam ser monitorados e ações corretivas e preventivas tomadas com agilidade. Um fator crítico de sucesso é a execução do plano de integração. Muitos ganhos de sinergias acontecem em médio e longo prazo, portanto, o plano de integração não deve ser abandonado caso os resultados estejam satisfatórios no curto prazo”, diz Cardoso.

    “Outro cuidado é de não subestimar as diferenças culturais entre as organizações da fusão e saber lidar com a diversidade. O perfil e origem dos colaboradores podem ser bem distintos. Se as diferenças não forem entendidas e respeitadas, poderão se tornar fonte de conflitos e competição interna. Empresas com sucesso em fusões criam sinergias de conhecimento através da diversidade. Também recomendamos que sejam criadas condições de equidade para crescimento e valorização profissional da nova equipe incorporada”, destaca o profissional.

    Mudanças
    Um dos assuntos que sempre vem à tona quando se fala em fusões e aquisições são as mudanças. Mas, conforme ressalta Cardoso, elas sempre ocorrem, independentemente desse cenário.

    “Nesse contexto, é essencial ampliar o enfoque nas pessoas, monitorando clima organizacional durante a integração e reforçar comunicação interna. Todos devem entender e estar preparados para consolidação e padronização de processos e de regras de negócio. Muitas vezes, essas mudanças pouco afetam as operações. Em geral, as áreas mais impactadas são as funções de retaguarda como Finanças e Administração, Compras, RH e Marketing”, afirma ele.

    Acordo
    Uma das empresas que está envolvida em aquisições é a Marfrig. A própria marca falou para a Food Service News a respeito de um dos seus negócios que está sendo realizado.

    “A Marfrig Global Foods chegou a um acordo para a aquisição de 51% das ações da National Beef Packing Company, LLC, quarta maior processadora de carne bovina dos Estados Unidos. A Marfrig pagará 969 milhões de dólares pela participação, uma vez aprovada a transação. A compra foi 100% financiada pelo Rabobank, banco holandês que é referência no financiamento do agronegócio. A combinação entre a Divisão Beef da Marfrig e a National Beef resultará na segunda maior companhia global de carne bovina. Além disso, a receita líquida da combinada das companhias (Marfrig Global Foods e National Beef) em 2017 é de 43 bilhões de reais. O Ebitda ajustado combinado da Marfrig Beef e da National Beef atinge 3,5 bilhões de reais. Somado a isso, com a aquisição de 51% da National Beef, reduzimos significativamente a alavancagem da Marfrig – de 4,5X para 3,35X. Isso está em linha com nosso objetivo estratégico de reduzir a alavancagem da Companhia, que com a venda de Keystone deverá permitir que até o fim de 2018 atingimos nosso objetivo de alavancagem de 2,5X. A compra da National Beef, portanto, está 100% de acordo com nossa estratégia central de ser um dos player global e com situação financeiramente sustentável e disciplinada”, ressalta a organização, que também fala a respeito dos benefícios ocasionados por essa compra.

    “Com a aquisição da National Beef, a Marfrig Global Foods alcança dois objetivos traçados em seu plano estratégico. Primeiro, consolida sua força no segmento de carne bovina, origem da companhia. Segundo, passa a ter acesso ao mercado premium do Japão e Coreia do Sul, hoje inacessíveis à Companhia. Além disso, ampliamos nossa entrada no mercado americano”, diz.

    De acordo com a empresa, os principais executivos da National Beef vão permanecer na companhia, que segue sob a gestão de Tim Klein, atualmente CEO e presidente. “O Conselho de Administração da National Beef será composto por nove membros, dos quais o presidente e cinco membros serão indicados pela Marfrig, dois pela Leucadia e dois por outros acionistas minoritários”, conta a organização.

    Vantagens e desafios
    Sobre os benefícios de investir na área, a empresa ressalta que “a Marfrig Global Foods procura sempre se aprimorar e realiza investimentos estratégicos para atender a demanda do mercado. Somente em 2017, investimos 824 milhões de reais destinados, sobretudo, à reabertura de unidades desativadas da divisão Beef no Brasil”, diz a organização, que também ressalta o cenário atual. “O cenário de mercado oferece muitas oportunidades. O ciclo encontra-se favorável para o setor e a expectativa é que permaneça dessa forma pelo menos pelos próximos três anos. A Marfrig Global Foods também está atenta às oportunidades, atende a uma demanda do consumidor, que está cada vez mais preocupado com qualidade, procedência e confiabilidade dos produtos que consome no dia a dia”, diz.

    A marca ressalta que, para continuar crescendo, é necessário aliar a disciplina financeira com o crescimento sustentável. “A Marfrig Global Foods mantém uma gestão estratégica que visa não só se consolidar como a melhor empresa do setor, mas também como a empresa com a melhor saúde financeira”, diz a marca. “A Marfrig Global Foods busca sempre melhorar sua expertise de negócios, ampliar o acesso aos mercados e expandir a integração com produtores”, finaliza.

    Destaque
    Uma negociação que ganhou grande destaque recentemente foi a de Carlos Wizard, que adquiriu as operações das redes Pizza Hut e KFC no Brasil.
    “O acordo da Sforza com o Yum! Brands foi uma consequência natural do bom trabalho que estamos realizando desde 2016 com a marca Taco Bell no Brasil. Após assinar o acordo com a empresa para trazer ao país o Taco Bell, abrimos em pouco mais de um ano 20 unidades próprias, obtendo uma performance até 20% superior ao inicialmente projetado. Esse desempenho fez a Yum nos procurar para assumir as operações das redes Pizza Hut e KFC no Brasil a partir de agora. Não relevamos detalhes do acordo. O que podemos revelar é que, além da expansão por meio de franquias, vamos investir diretamente R$ 60 milhões nos próximos cinco anos na abertura de 20 unidades próprias da rede KFC e mais R$ 75 milhões no mesmo período para a abertura de 35 lojas próprias da Pizza Hut”, ressalta Lincoln Martins, que presidirá a empresa que agregará as marcas KFC, Pizza Hut e Taco Bell no país.

    “Acredito que, pelo lado da Yum, é maior benefício é ter como parceiro no Brasil uma grupo como a Sforza, que, além da solidez financeira, tem grande experiência no setor de franquias e já tem um excelente track record com uma marca do grupo, o Taco Bell. Para a Sforza, o acordo representa uma excelente oportunidade de, ao assumir marcas consolidadas, expandir nossos negócios em um setor promissor como o de fast food, aplicando o modelo de franquias onde temos ampla experiência”, ressalta ele.

    Atualmente, as empresas estão em uma fase de planejamento das marcas para os próximos anos, mas, de acordo com Martins, não deverão haver grandes mudanças, uma vez que as marcas já apresentavam sucesso no Brasil.
    “O que vamos fazer é acelerar a expansão das três redes – Pizza Hut, KFC e Taco Bell – via franquias. Queremos ter 1500 unidades somadas das três redes daqui dez anos. Estamos criando uma holding que será responsável pelas três marcas”, conta ele.

    Sobre os impactos que a compra gera no mercado, Martins frisa que, em um primeiro momento, o impacto é mais de imagem, já que, agora, três das maiores marcas de fast food do mundo estão sendo controladas por um grupo experiente e forte como o Sforza.

    “Já temos investimentos em vários setores, como serviços financeiros/tecnologia, varejo, esportes etc. Com o Taco Bell a partir de 2016, e agora, com Pizza Hut e KFC, nos tornamos também um grande player do fasf food no Brasil”, ressalta o profissional.

    Entre os benefícios de investir na área de alimentação, Martins ressalta o crescimento constante do segmento no país. “Mesmo nos anos de crise severa que enfrentamos entre 2014 e 2017, o setor cresceu e o fast food cresceu mais ainda devido a vários fatores, como mudanças no ambiente de trabalho, mudanças culturais e sócio-econômicas”, diz. “Mas também há desafios, sem dúvida. Falando especificamente do setor de fast foods, acredito que o maior desafio, além da expansão em um país continental como o Brasil, seja se antecipar às rápidas mudanças de comportamento do consumidor”, afirma.

    Expansão
    A Camil Alimentos já realizou aquisições e ainda está em busca de novas. Andréa Martins, Diretora de Marketing da empresa, falou para a Food Service News a respeito da atuação da marca nesse sentido.

    “A estratégia de negócio do Camil é pautada por alguns pilares, entre eles a diversificação do portfólio. O motivo de estarmos buscando aquisições deve-se ao desejo de entrar em novas categorias e complementarmos ainda mais a nossa oferta de produtos, consolidando nossa companhia como uma grande empresa de alimentos. O foco de possíveis aquisições serão produtos alimentícios com potencial de crescimento, que agreguem escala ao negócio e tenham sinergia com o atual portfólio da companhia, tais como farináceos, enlatados, cafés, biscoitos e massas. Também estamos buscando oportunidades em arroz e feijão em alguns estados que são interessantes para a marca”, destaca ela.

    Para acertar nessas escolhas, a profissional ressalta que é importante que se busque aquisições seletivas e estratégicas. “Vamos usar nossa capacidade de identificar, adquirir e integrar operações e ativos estratégicos dando preferência para marcas líderes de mercado. As escolhas precisam ter sinergia com o atual portfólio da companhia”, afirma ela.

    Exemplos de marcas que já foram adquiridas pela Camil são a Coqueiro e também a União. De acordo com Andréa, os resultados dessas ações foram excelentes. “Com essas aquisições, conseguimos uma ampliação no portfólio de produtos e estamos presentes na mesa dos brasileiros em diversos momentos. Coqueiro é líder em sardinhas, mas seguimos em busca da liderança nacional na categoria de pescados. Já União é líder nacional em açúcar, mas acreditamos que ainda temos potencial de crescimento em alguns segmentos deste mercado como naturais e na categoria de adoçantes”, ressalta a profissional.

    Mercado
    Para Andréa, os consumidores estão cada vez mais antenados e buscando informações sobre os produtos. “Eles prestam mais atenção aos ingredientes, de onde os produtos vêm, como são produzidos e como impactam na saúde. É um mercado que está em crescimento constante, e as empresas precisam cada vez mais oferecer produtos que atendam aos hábitos dos consumidores e o que eles procuram. Essa é uma preocupação constante para a Camil Alimentos”, diz ela.

    “Para a marca Camil, por exemplo, além de oferecermos uma linha completa de grãos, que conta com as variedades integrais, também oferecemos uma linha de produtos prontos que além de saudabilidade, também garantem praticidade para os consumidores. Outra grande aposta da marca é o Biscoitos de Arroz Integral, que leva apenas arroz, água e sal. Uma opção de snack leve, sem glúten e que apresenta cerca de 10 calorias por unidade. Já União, pensando em oferecer o portfólio mais completo de adoçamento do mercado, desenvolveu uma linha completa de sucralose. O produto é ideal para quem não pode consumir ou deseja reduzir o consumo de açúcar. Em Coqueiro, marca referência em pescados, seguimos trabalhando para estimular no consumidor a percepção de que os pescados em lata são opções de proteína de alta qualidade, que garantem praticidade, nutrientes importantes para o bom funcionamento do organismo e muito sabor para o dia a dia. Sabemos que o consumidor valoriza benefícios nutricionais e praticidade em seu dia a dia, por isso, trabalhamos esses atributos em nossa comunicação no ponto de venda, redes sociais e campanhas”, destaca Andréa.

    Conforme a diretora de marketing frisa, a alimentação é uma necessidade básica e um mercado que apresenta muitas possibilidades de crescimento. Existem diferentes tipos de consumidores e isso favorece a ampliação do portfólio da marca, pois é possível buscar soluções para os mais variados perfis e, assim, crescer em participação do mercado.

    “Cada vez mais é preciso estar atento às necessidades de nosso público. O consumidor busca cada vez mais estar informado sobre os benefícios e origem do que consome. Seguir entregando produtos de qualidade e com preços competitivos sempre será um desafio para nossa indústria”, afirma ela.

    Atuando no Brasil há mais de 50 anos, o compromisso da Camil, como destaca Andréa, é com a sustentabilidade do negócio e o desenvolvimento do país em longo prazo. “Já passamos por muitos períodos desafiadores e conseguimos construir uma empresa sólida, um negócio que apresenta crescimento constante e consistente”, afirma. “Desde a fundação da Camil, há mais de 50 anos, a empresa cresce de maneira sólida e sustentável. Humildade e trabalho duro garantiram ano após ano resultados sustentáveis e consistentes. Se hoje somos uma das maiores do setor de alimentos do Brasil e da América do Sul, isso se deve aos nossos diferenciais de mercado. Trabalhamos com marcas líderes e de forte reconhecimento no setor de alimentos. Camil, Coqueiro e União são sinônimo de alta qualidade dentro de suas categorias. Nossa plataforma de distribuição tem ampla capilaridade e investimos em sólido relacionamento com nossos clientes. A empresa também não abre mão de boas práticas de governança corporativa e administração profissionalizada”, afirma.

    Negócio
    Recentemente, a McCain, fabricante canadense de batata frita pré-congelada, fechou um acordo para adquirir 49% da empresa Forno de Minas. Os detalhes financeiros não foram revelados.

    Atualmente, a Forno de Minas tem aproximadamente 1000 colaboradores, com vendas anuais de cerca de R$ 340 milhões, segundo a companhia. Globalmente, a McCain emprega aproximadamente 20 mil pessoas, opera 53 fábricas em seis continentes e gera vendas anuais de mais de CDN$ 9 bilhões.

    “McCain Foods e Forno de Minas têm estratégias de crescimento complementares e promissoras, apresentando uma oportunidade importante para as empresas fortalecerem e crescerem a presença no segmento de alimentos congelados”, destacaram as organizações.

    De acordo com as marcas, após a transação, não deverão haver mudanças. “A McCain e a Forno de Minas continuarão a operar separadamente com a gestão atual, composta por Helder Mendonça, Maria Dalva Couto Mendonça, Hélida Mendonça e Vicente Camiloti, e a McCain como membro do board da empresa”.

    Conforme as companhias ressaltam, as duas são empresas familiares, que são reconhecidas pelos seus públicos consumidores pela qualidade dos seus produtos e com projetos estruturados de exportação.

    “Investem em inovação, melhoria dos processos, lançamento de produtos, garantia de uma boa entrega de produtos e serviços. Além de serem duas empresas que têm o food service como um canal importante no negócio”, frisam. “As duas empresas pretendem unir sua sinergia, know how e experiências para crescer e fortalecer a presença no mercado de atuação, não só no Brasil como no exterior”, afirmam.

    Construção
    Para chegar aqui, ambas as marcas investiram bastante em seus itens e ações, tornando-se nomes muito fortes no mercado.

    “A Forno de Minas nasceu do sucesso da receita caseira de pão de queijo da Dona Dalva. Com sede em Contagem (MG), foi fundada em 1990, e é gerida pela Dona Dalva, os filhos Helder e Hélida Mendonça e o sócio Vicente Camiloti. A companhia tem portfólio que atende o varejo e o food service – com linhas de fabricação de pão de queijo, panificados, massas frescas recheadas e lasanha. A empresa possui também uma Indústria de Laticínios, que produz as matérias-primas para a fábrica em Contagem e atua no mercado B2B de queijos. Atualmente, exporta para 15 países e conta com aproximadamente 1000 colaboradores, oito filiais no Brasil e uma subsidiária nos EUA”, ressalta a marca.

    “A McCain é líder mundial em produção e comercialização de batata pré-frita congelada e vem reforçando seu posicionamento através de diversas ações principalmente no varejo com investimento em marketing direcionada a alavancar a presença da marca no segmento, o que inclui ações como parcerias, degustação de produtos e mídias sociais. No ano passado, por exemplo, entre os meses de setembro e outubro, fizemos degustação da nova linha Ao Forno, produto foco da companhia em 2018. Além disso, estamos com um plano para investir em mídias sociais, uma ferramenta importante para criar uma conexão emocional com o consumidor, além de materiais de ponto de venda e ativações com o Food truck”, diz a empresa.

    “As duas empresas apresentam diferenciais de atuação em relação ao mercado e muitas afinidades entre elas, exemplificado pelo foco na qualidade dos produtos, o cuidado com a construção da marca, relacionamento com clientes e parceiros, prestação de bom serviço e atendimento”, ressaltam.

    Segmento
    Para a Forno de Minas, a área de alimentação é mais resiliente do que outras da economia, uma vez, que independentemente de crise financeira, as pessoas não param de se alimentar.

    “Também é uma área muito concentrada. Com um universo potencial de clientes e opções na alimentação. Se as empresas tiverem criatividade, podem desenvolver negócios, como no caso da Forno de Minas com a produção do waffle no Brasil. Existe também a possibilidade de desenvolver marcas que são reconhecidas pelos consumidores. Quando você conquista um consumidor, ele é um divulgador da sua marca e produto”, pontua a empresa, que também fala como continuar crescendo.“O caminho é desenvolver novos produtos, novos canais de venda, prestar um serviço ao cliente de qualidade, ajudando-o a vender, a assar e a expor, por exemplo”, diz.

    Para a Forno de Minas, a grande conquista das empresas é a marca. “A qualidade dos produtos e de um bom serviço, o investimento em pesquisa e desenvolvimento, a busca de evolução e melhora dos processos, a entrega prometida e manutenção da acessibilidade do cliente final garantem a sobrevivência ao longo prazo”, diz.
    “Tanto McCain quanto Forno de Minas trazem para os consumidores produtos diferenciados, baseados em tendências de consumo e insights de consumidores, shoppers e clientes, a fim de se destacarem os segmentos em que atuam”, finaliza a McCain.

    Alavancar os negócios
    Outro exemplo de aquisição foi a feita pelo Grupo GPS, que assumiu 60% da empresa de refeições coletivas LC Restaurantes.

    “Conhecemos o Grupo e seu sistema de trabalho baseado em satisfação e retenção de clientes, e isso vinha ao encontro com a nossa visão. Nesse contexto, o Grupo GPS era o parceiro ideal para realizar esse passo e ter um aliado já consolidado significativamente no mercado de serviços no Brasil com seus mais de 2000 clientes. A parceria irá nos fortalecer para alcançar nosso objetivo de crescimento arrojado e sustentável”, afirma Vinicius de Luca, Presidente da LC Restaurantes.

    Conforme destaca o profissional, a expectativa com a fusão é de crescimento de 30% ao ano. Agora, com a união, as duas organizações somarão aproximadamente 55.000 colaboradores, com um faturamento anual superior a R$ 3 bilhões.

    AGR Consultores
    www.agrconsultores.com.br
    AGR Consultores
    www.agrconsultores.com.br
    Marfrig Global Foods
    www.marfrig.com.br
    National Beef
    www.nationalbeef.com
    McCain
    mccain.com.br
    Forno de Minas
    www.fornodeminas.com.br
    Carlos Wizard
    www.carloswizard.com
    Pizza Hut
    www.pizzahut.com.br
    KFC
    www.kfcbrasil.com.br
    Taco Bell
    tacobellbrasil.com.br
    Sforza
    www.sforza.com.br
    Yum! Brands
    www.yum.com
    Camil Alimentos
    www.camil.com.br
    Coqueiro
    www.coqueiro.com.br
    União
    www.ciauniao.com.br
    LC Restaurantes
    www.lcrestaurantes.com.br

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