Alimentação no futuro

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    A edição 2015 da Expo Milão, que aconteceu de maio a outubro, mostrou uma questão inevitável nos dias atuais: como será a alimentação no futuro? Com ideias inusitadas, que mostram desde larvas ao uso de algas, o evento revela caminhos para responder a essa questão. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), até 2050, teremos 9 bilhões de pessoas para alimentar no mundo. Para ajudar a pensar novas formas de consumir os alimentos, 148 países se reuniram para pensar formas de resolver esse problema.

     

    Mesmos vistos ainda com algum receio pelos brasileiros, muitas pessoas ao redor do mundo já consomem insetos. Para a FAO, em média, 2 bilhões de pessoas já inseriram esses insetos nos pratos consumidos.

    Um espaço que chamou a atenção para as inovações durante o evento foi o Distrito do Futuro Alimentar, uma área temática montada em colaboração com o grupo de supermercados Coop. A primeira parte é o Supermercado do Futuro, onde o visitante pode sentir a experiência de estar em um supermercado real, projetado para os próximos anos. Carlo Ratti projetou um lugar onde os produtores e consumidores podem se encontrar, promovendo ainda mais a interação. Outra característica é que o Supermercado do Futuro é dividido em cinco áreas principais, com diferentes tipos de alimentos. O grupo de Supermercados Coop, que colaborou com o projeto, já havia ganhado um concurso sobre inovação antes da Expo Milão 2015, com 80 funcionários participantes.

    “O projeto original remonta a 2013 e é intitulado GeoCoop, baseado na experiência real de um grupo de jovens funcionários que destacaram os valores fundamentais da Coop, como a transparência e autenticidade, que são essenciais na tomada de decisões de compra conscientes e que será ainda mais necessária nos próximos anos. Os valores que acreditamos serão, cada vez mais, compartilhados”, conta Marco Pedroni, presidente da Coop Italia.

    De acordo com Carlo Ratti, diretor do MIT SENSEable City Laboratory e projetor do espaço, cada produto tem sua história própria. Ele afirma que, no futuro, todas as informações possam ser dadas ao consumidor antes da compra. Disposta em uma etiqueta que estará em um ápice no produto, todas as informações, por exemplo, de uma maçã, poderão ser encontradas: onde foi plantada, quando foi transportada ou quanto de certos produtos a fruta recebeu.

    Neste espaço pode ser encontrada a Urban Folly, um exemplo de bio-arquitetura com algas marinhas, usadas tanto no consumo humano quanto na geração de energia. Do outro lado, está a Fazenda Vertical, com uma horta vertical. O intuito dessa proposta é mostrar como fazer crescer plantas em lugares menores e restritos dentro da cidade.

    Supermercado do Futuro

    No supermercado do futuro, projetado na Expo Milão 2015, carrinhos de compras pesados e com grade não têm vez. O carrinho ideal é feito de papelão e suas rodas podem ser desencaixadas facilmente, sendo, assim, um produto que, além de ser mais leve que o tradicional, é também mais barato. Os visitantes do evento puderam usufruir da novidade pelos corredores ou pedir para enviar para qualquer parte do mundo.

     

    Alimentação no futuro

    Outra mudança nesse tipo de supermercado futurístico é que a área de vendas estimula mais o contato humano. Nela, prateleiras são mais baixas e mostram as pessoas mais próximas dos compradores nos corredores vizinhos. Além disso, mesas interativas fornecem as informações sobre qualquer produto como, por exemplo, tabela nutricional, presença de alérgenos, origens geográficas e impacto ao meio ambiente. A tecnologia também ficou por conta do robô Yumi, que preparava maçãs pela feira. Ele também é capaz de transportar e preparar qualquer ingrediente, além de interagir com os clientes.

    Embalagens: Previsão para 2020 e 2050

    Uma das maiores preocupações atuais é reduzir o impacto ambiental e fabricar produtos de melhor qualidade. Se depender das previsões da Expo Milano, isso será possível. Para 2020, a previsão são pacotes de alta pressão, fabricados para preservar peixes e carnes por até 20 dias. Nesse material, será possível visualizar o estado dos alimentos, com uma etiqueta verde que muda de cor. Para demonstrar a eficiência do pacote, expositores colocaram insetos em seu interior, mostrando como é possível uma comida – também pensada para o futuro – se manter crocante por mais tempo.

    Já a previsão para 2050 é ainda mais eficiente: promete diminuir a quantidade de materiais utilizados para produzir a embalagem e, assim, minimizar os impactos ao meio ambiente. O prazo de validade é superior aos 20 dias propostos anteriormente.
    O Supermercado do Futuro também mostrou novas expectativas para a produção de alimentos. Uma das técnicas seria o reaproveitamento de alimentos descartados anteriormente. Já outra proposta é produzir alimentos através de uma impressora 3D de massas. O espaço também mostra um laboratório no futuro, que será capaz de investigar melhor os dados sobre a segurança alimentar.

    Fazendas Flutuantes

    Uma das áreas na Expo Milão levou o visitante a um cenário que poderá visualizar no futuro: as áreas para produção de alimentos serão reduzidas e a água será escassa, devido ao aumento da população mundial. A projeção do Banco Mundial é que, em 2050, a população mundial alcance 10 bilhões de pessoas, e isso aumente de 60% a 70% a demanda por alimentos. O cenário atual mostra que a agricultura usa 70% de água doce e é uma das atividades que mais afetam os recursos hídricos. O espaço projetado pelo Coop propõe dois modelos diferentes para substituir o cenário atual.

    O primeiro projeto foi desenvolvido pelo Centro de Pesquisa em Sustentabilidade Ambiental (Research Center on Environmental Sustainabilty), da Universidade de Milano Bicoca. O estudo é conhecido como “sistema flutuante” e já está sendo utilizado para a produção de vegetais. O projeto funciona com paletes contendo substrato de luz obtida localmente. Um dos desafios nesse sistema é utilizá-lo como uma plataforma marinha.

    O segundo protótipo é desenvolvido pela Universidade de Florença, por ecologistas urbanos e especialistas em design sustentável. O projeto é uma estufa modular construída sobre uma plataforma flutuante, usando água e alimentos, sem impactar os recursos existentes. A estrutura do protótipo possui materiais de baixo custo e fáceis de serem encontrados, com uma base de madeira de 70m² que flutua em suportes de plástico reciclado e por uma estufa de vidro suportada por uma estrutura de madeira.

    Basicamente, a estufa utiliza energias renováveis na estufa e um sistema inovador de hidroponia. A hidroponia é um método que consiste no cultivo de plantas sem o uso de solos e possui resultados melhores para o meio ambiente, com economia de até 70% de água, em comparação com as práticas agrícolas utilizadas.

    Larvas e Insetos

    Uma contribuição importante para a Expo Milão 2015 foi a da Società Umanitaria, uma fundação histórica em Milão, que esteve presente no evento em 1906. Ela trouxe uma questão importante sobre comidas sustentáveis. No futuro, 1,8m serão necessários para produzir comida sustentável para todos, levando em conta o crescimento populacional. Para que esse cenário possa melhorar, será necessário produzir alimentos de forma sustentável em todo o mundo.

    Uma das técnicas apoiadas pela FAO é o uso de insetos na alimentação de seres humanos e animais, que promete resolver o desafio com o aumento populacional. Existem mais de 1.900 tipos de insetos comestíveis, sendo considerado uma excelente fonte de proteína, mais eficiente que a proteína encontrada nos demais animais e pode ser usada para quebrar resíduos.

    Na área de exposições da Expo Milão lá estão eles: larvas de bambu, larvas de cereais, cupins desidratados, escorpiões cobertos com chocolate ou vodka, gafanhotos, tarântulas assadas, besouros com chocolate e mix de pupa (fase entre lava e inseto).

    Pesquisas Holandesas

    AlgaePARC (Algae Production and Research Center) é um projeto que desenvolve pesquisas relacionadas às microalgas. O objetivo é produzir conhecimento sobre estratégias e uso de tecnologias na produção sustentável de microalgas para fabricação de combustíveis, produtos químicos, alimentos e rações em grande escala.

    Um dos estudos desenvolvidos pela AlgaePARC e a Universidade de Wageningen, na Holanda, ganhou elogios durante a Expo Milão 2015. Trata-se do hambúrguer feito com algas marinhas, que pode ser uma opção de alimento no futuro.

    No centro de pesquisas da AlgaePARC, são utilizados quatro grandes e três pequenos fotobiorreatores, ao ar livre. Esses materiais possuem critérios de sustentabilidade técnica, econômica e ambiental para ampliar os estudos com microalgas.
    Como a água doce deve ser escassa no futuro, a empresa holandesa Zilt Proefbedrijf, desenvolveu alternativas de cultivar alimentos em terras salinas. A empresa já testou e conseguiu bons resultados através do plantio de batatas. A próxima etapa é cultivar outros tipos de legumes e verduras nesses locais.

    Outra pesquisa desenvolvida também pela Universidade de Wageningen vai além: pensa em cultivar alimentos em outros planetas. Um projeto-piloto propõe cultivar vários alimentos em solos artificiais, com características próximas às da Terra.

    Soylent

    Em 2013, a Rob Rhinehart desenvolveu uma bebida que promete suprir todas as necessidades nutricionais, economizar tempo no preparo dos alimentos e reduzir o preço pago pela comida. O estudioso, que é engenheiro de software, teve a ideia para o que mais tarde chamou de Soylent, quando ainda trabalhava em uma startup de internet sem fio.

    O produto começou sendo produzido em pó, mas tornou-se ainda mais prático ao já vir em uma mistura líquida. Cada porção da bebida possui aproximadamente 400 calorias e custam pouco – cerca de US$ 3. Os defensores desse alimento afirmam que ele é nutritivo e mais ecológico que os demais alimentos, por não ter origem animal. Ele é feito a partir de soja, óleo de algas e isomaltulose – que substitui o açúcar.

    O Soylent ficou conhecido após participar de um site de arrecadação coletiva e, em menos de três horas, conseguiu a renda que precisava. O nome do produto teve inspiração no romance de ficção científica Make Room! Make Room!, que conta a história de um mundo superpovoado onde as pessoas se alimentavam de misturas, entre soja e lentilhas.

    Muitos investidores continuam acreditando no poder da bebida. Para se ter uma ideia, em janeiro deste ano o Soylent arrecadou US$ 20 milhões. Dentre os que apostaram no negócio está o fundo de capital de risco Andreessen Horowitz.

    Slow Food

    Uma das entidades mais importantes para o mercado de alimentação é o Slow Food, um movimento que defende a agricultura e ecologia e pretende conscientizar sobre comer com responsabilidade. Com sede na Itália, o movimento é um dos mais importantes do mundo quando o assunto é debater sobre o futuro dos alimentos.

    Alimentação no futuro

    Para Glenn Makuta, articulista do Slow Food Brasil e membro do GT Sementes Livres, a tendência atual da extinção da biodiversidade alimentar e sociocultural deve continuar. Ele discute o poder desses alimentos nas mãos de poucos e defende uma revolução para que isso não aconteça.

    “Num futuro próximo, a tendência atual de extinção de biodiversidade alimentar e sociocultural persistirá, já que ainda há relativamente poucas iniciativas que realmente se proponham a modificar esse cenário além da pressão de mercado continuar crescendo sobre produtos agrícolas que sirvam de commodities para exportação (tanto na forma de grãos como na alimentação de gado). Por outro lado, a agricultura familiar continuará a abastecer a população em todo o mundo, como sempre foi.

    O pior cenário que talvez surja é o oligopólio sobre as sementes se intensificar, eliminando a soberania alimentar dos povos e tendendo à insegurança alimentar de todos”, ressalta.

    De acordo com o especialista, ainda há uma chance dessa perspectiva mudar, a partir da conscientização das pessoas sobre sua alimentação. “Há um crescente interesse por parte das pessoas em buscar alimentos que fomentem outra lógica de produção, distribuição e consumo, e é nisso que acreditamos. A difusão de informação de qualidade é essencial para revolucionar esse modelo alimentar para que o futuro não seja tão catastrófico como se evidencia”, ressalta.

    Uma das coisas que mais são questionadas é a razão dessa forma atual de se alimentar mudar. Para o articulista, a quantidade de alimentos produzidos com agrotóxicos é um dos motivos que fazem com que devamos deixar para trás o modelo de alimentação que temos.
    Uma pesquisa produzida pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, chamada “O uso de herbicidas não diminui com transgênicos”, mostra o crescimento no uso de herbicidas mais tóxicos. Os dados do relatório mostram que nos anos 2000 eram utilizados 2 milhões de kg; em 2010, esse número evoluiu para 25,8 milhões de kg.

    Glenn conta que o futuro da alimentação precisa melhorar a relação com esses produtos. “Serão necessárias novas formas de se alimentar, pois o modelo atual, regado a muito agrotóxico e transgênicos das mãos de poucas empresas transnacionais, com pouca biodiversidade, com muitos aditivos e ultraprocessados, totalmente desconectada do contexto social e ambiental, depredando-as, é simplesmente insustentável e inviável em longo prazo. Ou mudamos essa forma de nos relacionarmos com a comida, ou sucumbiremos com as consequências que já estão aparecendo pelo que estamos causando. O interessante é que a nova forma de se relacionar é, na verdade, retomar o respeito aos processos naturais e sociais, sem colocá-los em detrimento do crescimento econômico, o que não quer dizer, de forma alguma, que seja um modelo desprovido de desenvolvimento”, ressalta.

    De acordo com o articulista, no futuro, teremos de propor novas formas de alimentar, e coisas que parecem inovadoras podem não ajudar tanto assim. Ele explica que, para que haja uma verdadeira mudança, é necessário mudar totalmente o sistema que temos atualmente em nossa alimentação. “Uma alimentação adequada passa por uma agricultura adequada, que respeita o local e as pessoas nele inseridas e todo o contexto envolvido. O consumo de alimentos alternativos é essencial, mas de nada adianta se isso for feito em escala massiva já que, potencialmente, criará sequelas bastante desastrosas. A diversificação do alimento deve respeitar pelo menos a localidade, sazonalidade e cultura” explica.

    O ponto de vista proposto pela Slow Food, representada por Glenn, é que no futuro possamos ter uma maneira mais consciente de pensar sobre os alimentos ingeridos, contribuindo, principalmente, com o meio ambiente. Um exemplo são os dados de uma pesquisa realizada pela Organização Não Governamental ForestTrends, em 2014, onde quase a metade do desmatamento ilegal (49%) foi causada por atividades agrícolas.
    Junto à Indonésia, o Brasil responde por 75% no total de florestas desmatadas ilegalmente em todo o planeta para ceder espaço à agricultura comercial. Os dados desse documento apontam que uma das áreas mais devastadas é a Floresta Amazônia, onde cerca de 90% do desmatamento é feito para plantio de soja e criação de gado.

    De acordo com Glenn, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) tem papel principal para a mudança neste cenário. “A FAO tem estimulado diversas mudanças de hábitos, como reduzir o consumo de carne, sugerir a ingestão de insetos ou mesmo uma alimentação vegetariana, além de fomentar políticas que incentivem a agricultura familiar, a biodiversidade, a saúde do solo e a agroecologia”, aponta.

    Já o Slow Food atua de forma mais informativa, mostrando ao consumidor atitudes que devem tomar para melhorar sua alimentação e a relação com o meio ambiente. “O Slow Food atua principalmente sobre difusão de informações de qualidade para que diversos atores sociais e políticos, incluindo os consumidores, possam tomar decisões mais apropriadas no momento de escolher o alimento, além de atuar, também, no fomento do acesso ao mercado de produtores que têm uma relação dentro dos preceitos de bom, limpo e justo que o Slow Food promove”, finaliza Glenn.

    ITAL

    O Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) colabora com a atividade de pesquisa, desenvolvimento, inovação, difusão e assistência tecnológica para diversas áreas do conhecimento, como embalagens e segurança alimentar.

    O ITAL também é uma fonte de conhecimento quando se trata do futuro alimentar. Um dos exemplos é uma pesquisa, lançada em 2010, sobre o futuro da alimentação. De acordo com Raul Amaral, Coordenador da Plataforma de Inovação Tecnológica do ITAL, muitos fatores vão influenciar a alimentação nos próximos anos, principalmente relacionado aos benefícios. “No Brasil, grande parte das pessoas têm buscado coisas variadas para melhorar a qualidade de sua alimentação. A alimentação de qualidade está muito associada com a ingestão de coisas variadas e não somente aquilo que já é ingerido no dia a dia. Isso já é uma tendência em restaurantes, por exemplo. Outro fator que norteará a alimentação no futuro é a tendência de ter uma alimentação mais nutritiva. Essa questão está muito ligada à saúde preventiva, em que o consumo de alimentos ricos em nutrientes será priorizado para manter o organismo mais resistente às doenças”, explica.

    De acordo com o coordenador, nossa rotina agitada terá mais influência nos alimentos que ingerimos. Esses alimentos mais práticos já vêm sendo produzidos por alguns especialistas, com o objetivo de diminuir o tempo gasto com o preparo das comidas. Além disso, a busca pela origem do que comemos vem crescendo cada vez mais. A Expo Milão 2015, por exemplo, mostrou algumas inovações que nos permitem ter informações pelo simples uso de determinadas embalagens.

    Alimentação no futuro

    “Algo inevitável é a questão da conveniência. Como as pessoas têm uma rotina cada vez mais pesada, é inevitável que busquem algo mais conveniente, tanto para preparar em casa, quanto para comer na rua. Refeições portáteis, por exemplo, podem ser mais disseminadas.
    Juntando todos esses fatores, podemos encarar o que será a alimentação no futuro. Outra tendência que não podemos esquecer é a questão de saber a origem dos alimentos e também a preocupação com a sustentabilidade. Todo o sistema de produção de alimentos vem ficando mais consciente com o meio ambiente. O retrato do que será a alimentação do futuro será algo muito mais sofisticado, mais pensado e menos rotineiro do que é hoje”, conta Raul.

    O futuro não está tão longe quanto parece. Muitas tendências e novos ingredientes já surgiram e, com o passar do tempo, têm grande chance de ser uma realidade em nossa vida. O hambúrguer com algas, exposto na Expo Milão deste ano, mostra as criações que já estão sendo feitas para o futuro. “Tem uma vertente de proteínas que é uma discussão muito grande, principalmente quanto ao uso de insetos. Já temos produtos como, por exemplo, granola, farinha ou barra de cereal feitas com insetos. Isso seria algo além da carne vegetal, que está virando até uma coisa comum. Várias lanchonetes hoje em dia têm hambúrguer vegetal. No Instituto Alemão, que funciona junto ao ITAL, desenvolveram o sucedâneo tentando copiar, via vegetal, a estrutura da carne de frango. Tem muita gente tentando diminuir a quantidade de carne animal e essa tendência tem crescido muito”, pontua Amaral.

    A grande preocupação de várias entidades é alimentar uma população que só tende a crescer. Porém, segundo Raul, a tecnologia tende a combater essa preocupação, principalmente através da redução de desperdícios. “Com a demanda, com os avanços da tecnologia, a população consegue achar solução, e os insetos vão muito nessa linha de pensamento. No passado, tinha muito essa preocupação, mas a tecnologia mostrou que dá para suprir essa demanda. Só de reduzir perdas, você supre um problema com demanda durante muitos anos. Então, a gente precisa cuidar da redução de perdas o máximo possível”.

    Pensar na alimentação do futuro é imaginar novas questões para o próprio food service. Para Raul, os estabelecimentos do setor já estão se preparando para as mudanças e devem se adaptar aos novos produtos rapidamente. “Alguns estabelecimentos de food service já estão se adaptando às novas tendências, como é o caso das carnes vegetais. Os locais que interagem com os seus clientes se adaptarão muito facilmente. As novas receitas, por exemplo, são aceitas muito rapidamente”, finaliza.

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