Por todos os lados

    Produtos típicos de determinadas regiões fazem sucesso no Brasil inteiro

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    O bobó de camarão possui sabor marcante e surpreendente. Em geral, é acompanhado por arroz, pirão ou salada. Ele é um dos pratos mais tradicionais das culinárias baiana e capixaba, apreciado em todo o país. Em algumas regiões do Brasil, a receita foi adaptada conforme seus ingredientes, temperos e formas de fazer particulares. Com isso, pelo menos uma dezena de versões diferentes do bobó já existe. Tem para todo gosto, para cada região, para cada costume.

    O chef de cozinha Alessandro Eller, apresentador de um programa de culinária na TV há mais de dez anos, coordena o curso superior de gastronomia da Universidade Vila Velha (UVV) há oito anos. “Além disso, coordeno os principais festivais gastronômicos do meu estado (ES) como o Santa Teresa Gourmet, Festa da Lagosta de Marataízes, Festival da Lagoa do Siri, também em Marataízes, Festival de Gastronomia de Itaúnas etc”. O chef conta que o bobó de camarão é um prato típico da culinária capixaba e se difere do bobó baiano pelos seus temperos mais leves, pois somente é preparado com um refogado de cebola, alho, tomate, colorau, creme de aipim, camarão e coentro, sem o uso do azeite de dendê e do leite de coco. “Pode ser preparado com camarão pequeno, médio e grande, tendo, assim, uma diferença de preço para o preparo que se inicia em 100 e pode ir até 200 reais em média. Sempre é acompanhado de arroz branco”, esclarece.

    Octavio Luz Rodrigues Alves, mais conhecido como chef Taico, é também professor de gastronomia. Formado na área pelo Centro Universitário Filadélfia (UniFil), é um chef credenciado pela Rational da Alemanha. Apresenta na TV, há 15 anos, o programa Cozinhando com o Chef Taico. “O bobó de camarão é um prato totalmente brasileiro, pois na sua preparação utilizamos a mandioca, que é um produto nativo do Brasil. Aqui, os portugueses e africanos adquiriram o hábito indígena de consumir a mandioca que, para se transformar em bobó, foi cozida com leite de coco, dendê, pimentas e ervas. Ao adicionar camarão, o prato passa a ser um bobó de camarão”, explica o chef.

    O camarão adicionado pode ser seco ou cozido, mas pela palatabilidade, o bobó com esse ingrediente ficou famoso nacionalmente com o camarão cozido. Esse é realmente um prato nacional, pois encontra-se com facilidade por todo o Brasil os ingredientes que compõem a receita. “Podemos, assim, pedir um bom bobó em restaurantes de Porto Alegre, Curitiba ou Salvador, e nas mais diversas cidades”, complementa.

    Esse prato não tem um perfil específico de consumidor. “Ninguém resiste a um bom bobó”, garante. É um prato democrático, que atinge a diversas classes sociais, variando o tamanho do camarão que influencia diretamente no preço final. Tanto em restaurantes à la carte como self service é um prato bastante consumido. O chef Taico ensina. “Lógico que para produzir um bom prato, você vai precisar de uma boa receita, com ingredientes padronizados e cozinheiro treinado. O cliente sempre volta ao restaurante onde ele sabe o que vai comer”.

    Boa saída

    “Somos um restaurante caiçara, especializado em frutos do mar e comida brasileira. Utilizamos em nossos pratos pescados e frutos do mar frescos. O nosso serviço é à la carte. Funcionamos no almoço e no jantar”, destaca com satisfação Erisvaldo de Sousa, ou Vaval, o chef de cozinha do restaurante Nomangue. Localizado no Rio de Janeiro (RJ), o Nomangue possui duas unidades: uma na Barra da Tijuca e outra em Copacabana. O chef Vaval conta que o diferencial do bobó do restaurante é que não utilizam o azeite de dendê, tornando-o mais leve. “É feito com creme de aipim e camarões. O bobó para duas pessoas está R$ 145,00. É o prato mais vendido em nosso restaurante”. Ele acompanha arroz e farofa de dendê.

    O Dona Mariquita, situado em Salvador (BA), é o primeiro restaurante com o conceito de “Cozinha Patrimonial” da região. “Meu trabalho hoje é viajar pela Bahia, resgatando pratos típicos que caíram em desuso. Temos pratos típicos de várias regiões do estado, como o Recôncavo, a Chapada Diamantina, litoral norte e sertão com uma mistura de ingredientes de variados biomas (litoral, serrado e sertão). Nossos pratos são servidos com meia porção para uma pessoa e uma porção para duas pessoas”, diz Leila Carreiro, proprietária e chef executiva do estabelecimento, que também fala mais sobre o produto. “Originalmente, é preparado com inhame. Com a evolução e gourmetização dos pratos, o ingrediente foi substituído aqui no Brasil pela raiz de mandioca, mais barata, e foram substituídos os pedaços de inhame pelo camarão fresco inteiro. Aqui no restaurante, mantivemos a base com creme de inhame, mas, pelo apelo comercial, colocamos camarões frescos e o nome originário: Ipeté”. Se for comida típica regional, atrai turistas. “Geralmente consumidores mais velhos que reconhecem o sabor da verdadeira receita do bobó ativando a memória afetiva”, opina a proprietária.

    Opções

    A Congelados da Sônia, situada no Rio de Janeiro (RJ), é uma empresa que há 31 anos oferece refeições prontas, práticas e saborosas com o objetivo de ajudar a quem quer emagrecer levando uma vida saudável. São mais de 100 opções de receitas fixas e quatro linhas focadas na perda ou manutenção de peso e baseadas na reeducação alimentar. A culinária da Congelados da Sônia é caracterizada por ser light e ressaltar o gosto da comida caseira.

    O rigor na produção aparece nos mínimos detalhes, desde o pré-preparo até o congelamento. Cada refeição é elaborada para oferecer a menor quantidade possível de gordura e ter calorias reduzidas, sempre com muito sabor. Seus pratos funcionam como um Spa Em Casa (slogan da marca). A linha Light é o carro-chefe da Congelados da Sônia. São cerca de cem opções entre as receitas, cada uma com aproximadamente 300g. O cardápio é dividido em oito seções: massas, risotos, aves, peixes, carnes, ovo-lacto vegetarianos, sopas e doces.

    Sobre o produto congelado bobó de camarão, Adriana Carpegiani, diretora da companhia, esclarece que é uma receita criativa para transformá-la em light, sem excessos de gordura, mas possui o delicioso azeite de dendê, rico em vitamina A e antioxidante natural, com leite de coco, rico em gordura saturada boa, que é rapidamente digerida e transformada em energia. Tudo isso com apenas 355Kcal. “O camarão tem uma textura macia e o paladar fica realçado pelo método de cozimento (sous vide), um dos nossos segredos”. O prato tradicional tem em média três vezes mais calorias que a receita do produto congelado. “Para a Congelados da Sônia, transformar um prato originalmente calórico e gorduroso numa versão mais leve e com muito menos calorias, mantendo o gostinho original, sem pesar no estômago, nos orgulha”, diz Adriana.
    A Deep Freeze é pioneira em congelamento de refeições artesanais do Rio de Janeiro (RJ), criada há 35 anos. O padrão Deep Freeze engloba atendimento, produto de qualidade e entrega gratuita.

    A empresa vende em lojas físicas, site e televendas. O cardápio é trimestral e os clientes cadastrados o recebem em casa. Hoje, a marca conta com quatro unidades próprias e três franqueadas. “O bobó é um prato tradicional da casa, existe desde o início da empresa. São porções individuais e que em épocas festivas podem ser encomendados para até seis pessoas em uma única embalagem. É um produto de sucesso de vendas e seu custo está associado não só ao sabor e qualidade dos ingredientes, mas também às questões agregadas de praticidade. A validade é de seis meses se mantido a -18°C”, fala Luiz Eduardo L. M. Jardim, um dos sócios-gestores da Deep Freeze.

    Luiz salienta que é tomado muito cuidado com o porcionamento dos camarões para ficar dentro do padrão esperado e para que fique no ponto certo de consumo após ser descongelado. “Os camarões ficam tenros e saborosos”, complementa. O bobó congelado da marca é muito comercializado no mix de vendas. O sócio-gestor conta que é difícil saber se depois de descongelado o produto foi feito na hora ou não tamanha a semelhança do resultado final.

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