Comida alemã, investimento em culinária específica alavanca estabelecimentos

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    No food service, muitos são os empresários que se dedicam a um tipo de culinária específico, inclusive inserindo em seus cardápios receitas que são próprias de outros países, trazendo um pouco desses lugares para o Brasil. A dedicação a isso não fica por conta somente da comida que é feita, mas há, também, muitos investimentos na decoração que, com muito cuidado, é pensada para dar um ar ainda mais próximo ao tema escolhido.

    Exemplos não faltam dessa realidade e muito se tem visto que ela pode ser, de fato, bastante lucrativa. Afinal, existem muitas oportunidades dentro de um mesmo segmento ou mesmo dentro de um recorte especial, fazendo com que os consumidores sintam-se atraídos por esse tipo de negócio.

    Para que os negócios se destaquem, muitas estratégias são pensadas. Além de uma boa propaganda, a qualidade dos serviços e o atendimento prestados continuam sendo um dos maiores cartões de visita. A inspiração é sempre buscada também e referências de outros países, no caso de ambientes temáticos, não deixam de ser atualizadas, dando sempre um ar moderno aos estabelecimentos.

    Tudo isso faz com que muitas empresas se tornem referência e vejam os seus rendimentos atingirem bons níveis de crescimento. Além disso, a inovação é outra característica que, em geral, está presente nesse tipo de estabelecimento, transformando-o em um local que pode apresentar cada vez mais boas avaliações por parte dos consumidores.

    Exemplo

    O alemão Peter Werny é o anfitrião e nome à frente do novo Fast Berlin, que abriu suas portas oficialmente no dia 28 de maio, na Rua Mourato Coelho, 24, em São Paulo. Nascido na Alemanha Oriental, o empresário vive há sete anos no Brasil – desde que se casou com uma jornalista brasileira -, onde plantou raízes no país também para colocar em prática o plano de ter seu próprio negócio.

    A paixão pela comida e as saudades da cozinha de sua terra natal o inspiraram a montar um restaurante especializado no prato mais famoso das ruas da capital alemã, o Currywurst – salsicha ao molho de curry acompanhada de batata frita.

    Do sonho à realidade, foram muitas as etapas até se encontrar os sócios certos e um chef compatível com suas ideias para oferecer a “genuine German street food”, como diz a própria assinatura da logomarca. Além disso, eram necessários o espaço e a localização perfeita para se conseguir acrescentar mais um item da cultura alemã, o estímulo ao uso do transporte público ou da bicicleta. Assim, a poucos metros da estação Fradique Coutinho do Metrô, o Fast Berlin se instalou e montou um paraciclo à frente da fachada.

    História brasileira com sotaque alemão

    Com sorriso no rosto, português perfeito e um tanto quanto de sotaque alemão, Peter recebe pessoalmente cada cliente para explicar a proposta de seu Fast Berlin, em meio à atmosfera cool e alternativa com reproduções da arquitetura e decoração de Berlim.

    Restaurante e bar, aberto no almoço e happy hour – até altas horas da noite aos fins de semana -, a casa traz para São Paulo os pratos que os alemães, especialmente os berlinenses, comem nas ruas e harmonizam com a bebida mais característica do país, as cervejas. Com um porém, as receitas da casa são guardadas a sete chaves.

    A comida e bebida alemã

    Leo Gonçalves, do projeto Quero Ser Cozinheiro e com passagens pelos restaurantes Mocotó, Épice, Vito e de Roberta Sudbrack, foi o nome escolhido para a criação do menu gastronômico. Enxuto e de comida rápida, apresenta quatro molhos, uma maionese especial, 12 pratos e duas sobremesas, todos servidos em talheres e pratos sustentáveis e descartáveis, personalizados especialmente para a marca. Fiel ao estilo das ruas alemãs, oferece o prato que deu origem à história da casa, o Currywurst de salsicha de vitela, de carne suína ou na versão vegetariana, de soja (R$ 26); o Frikadelle – almôndegas de carne bovina e suína com molho de páprica acompanhada de Kartoffelsalat, salada de batata com picles de pepino. A opção vegetariana do prato chega com almôndegas de lentilhas com cogumelos shitake e cenoura com molho de mostarda escura (R$ 29); e o sucesso absoluto das festas de rua na Alemanha, o Kartoffelpuffer – panquecas crocantes de batata com cebola e molho à sua escolha (R$ 16). Com algumas adaptações ao paladar brasileiro, o menu também traz oSchweinebrötchen, sanduíche de costela suína desfiada com molho de curry e cebola frita (R$ 24); e a Crazy Einsbein – coxinha de joelho de porco e cheam cheese (R$ 9), servida apenas às casuais sextas-feiras e sábados.

    E como para quem pensa em alemão, não deixa de lembrar – e desejar – cervejas, o espaço oferece o chope HB, original da Oktoberfest de Munique no canecão (R$21 – 500ml) e o chope Erdinger, o mais famoso alemão de trigo (R$ 16 – 300ml e R$ 22 – 500ml), além de 37 opções de cervejas engarrafadas ou latas da Alemanha, República Tcheca, Holanda e EUA.

    O rigor na escolha de fornecedores é outro destaque para a experiência do cliente tornar-se ainda mais completa. Os alemães assinam a maioria dos itens que não são produzidos na casa, como os pães e o Apfelstrudel – torta caseira de maçã com passas brancas servida quente, acompanhada de sorvete de baunilha (R$ 15). Também é o caso do suco Kranz – de maçã, uva, maçã com uva e maça com limão, todos sem açúcar – (R$ 8 a 10) e dos sete rótulos de vinhos. Há o branco Pfaffmann Riesling feinherb, R$ 90 – 1L e R$ 21 a taça; o rosé Kloster Riesling Spätlese trocken, R$ 130 – 750 ml ou R$ 37 a taça; e o tinto Michel Spätburgunder trocken, R$ 140 – 750 ml ou R$ 40 a taça.

    Clima de Berlim

    O visual do Fast Berlin, assinado pelos sócios Tony Guedes e Marcio Lopes do escritório +55 Arquitetura, é inspirado na contemporaneidade e no “clima” de Berlim, a capital cultural da Europa e uma das mais cosmopolitas do mundo. É despretensiosa, mas tem estilo. É simples, mas cheia de charme. E traz principalmente à tona a questão de sua divisão: metade ocidental e metade oriental, com elementos que remetem a ambas.

    O ambiente tem ar industrial, como as paredes de tijolinho, as chapas de aço na parede e o grande balcão do salão em concreto, que recebe clientes em banquetas pretas de ferro por todo seu entorno. A casa ainda é decorada com sofás coloridos e as ilustrações de Kalina Juzwiak (da kaju.ink) no papel de bandeja e nos aventais do staff. As bolachas de chope dos anos 50 trazidas da Alemanha para colorir as paredes do fundo e a bicicleta göricke pendurada na parede central acabam por levar os clientes um pouco à terra natal de seu criador.

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