Cachaça. Tipicamente brasileira

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    Conhecida como cachaça, pinga e caninha, a bebida já é conhecida pelos brasileiros e também pelo mundo. Feita a partir da destilação do caldo de cana, a cachaça ganha novos ares quando misturada a novos ingredientes. A caipirinha é o coquetel mais famoso feito com a cachaça, misturado ao suco de limão e açúcar, mas seu uso não fica restrita apenas aos drinks. Na gastronomia, a cachaça tem sido utilizada para composição de pratos, principalmente de carnes, em que os sabores ganham novas dimensões.

    A Food Service News conversou com as principais empresas produtoras da bebida para desvendar o sucesso da cachaça no mercado. A variedade de cachaças desenvolvidas por essas empresas são imensas, focando também na busca por produtos gourmert, como em cachaças envelhecidas. A bebida é essencial para muitos bares e restaurantes e pode atrair maior clientela para o estabelecimento.

    cachaça
    Na gastronomia, a cachaça tem sido utilizada para composição de pratos, principalmente de carnes, em que os sabores ganham novas dimensões

    Diferenciação

    A Microdestilaria Hof tem investido em um conceito de cachaças diferenciadas para atrair os consumidores. Após a cachaça ter sido reconhecida pelo selo de autenticidade, que certifica empresas produtoras em território nacional. A Hof produz suas cachaças em escalas reduzidas, baseada em tendências premium, que também produz suas cachaças através de receitas originais.

    Para produção da cachaça, a Microdestilaria Hof garante que a produção seja superior através da seleção criteriosa de ingredientes regionais. “A base de todas as bebidas é a aguardente de cana da maior qualidade e o puro álcool proveniente dos cereais. Além disso, o clima da região ajuda na boa qualidade da cana de açúcar, que acumula maiores quantidades de açúcares em seu interior. Obtido originalmente por produtores renomados e redestilado na Hof, o produto final contempla uma bebida de melhor qualidade, que pretende maior delicadeza e suavidade, tanto no aroma quanto no sabor”, explica Martin Braunholz, sócio-proprietário da Microdestilaria Hof. “Contudo, criamos uma categoria de licores premium e destilados nobres. Por meio de garrafas numeradas, apenas algumas dezenas delas são produzidas de cada vez. Assim, abrimos caminhos inexplorados, oferecendo aos nossos consumidores novas experiências sensoriais”, completa Martin sobre a linha de produtos da Hof.

    O lema da empresa é “Tradição e Modernidade”, que faz com que o uso de tecnologias não interfira excessivamente no processo de produção. A Hof diz que a produção de bebidas segue alguns padrões para atingir o nível de qualidade superior.

    Tradição

    Marca conhecida pelo público, a cachaça 51 possui presença em mais de 30 países. A empresa, que é liderada pela Cia Muller, tem o processo de fabricação das cachaças com equipamentos modernos e eficientes. A empresa é responsável por 30% do mercado nacional desta bebida.

    Na mesma linha de produtos premium, a marca lançou a “51 Ouro”, uma bebida feita com ingredientes especiais, cuidadosamente selecionados, e com o mesmo rigor de produção das outras cachaças da empresa.

    Em homenagem aos 50 anos da Cia Muller, a empresa lançou a linha “Reserva 51” em junho de 2009. A receita pertencia ao Sr. Guilherme Muller Filho por muitos anos e foi ao ar exclusivamente, usando matérias-primas selecionadas e envelhecida em barris de carvalho. A embalagem também chama a atenção, desenvolvida por importantes fornecedores.

    Localidade

    Com mais de 40 anos produzindo cachaças no Brasil, a Seleta participou ativamente do mercado brasileiro da bebida. Além da fábrica, a empresa também possui uma tornearia, uma engarrafadora e galpões próprios. Todos eles estão localizados em Salinas, Minas Gerais, considerada a Capital Mundial da Cachaça e recebeu o Selo de Indicação Geográfica pelo INPI em 2012. Algumas características fazem do local especial para produção da bebida, como o clima e a vegetação.

    O responsável pela empresa, Antônio Rodrigues, fundador e presidente da Seleta, conta que os colaboradores da organização são como uma grande família. “Temos os mesmos ideais, as mesmas intenções e o mesmo direcionamento, por isso existe sintonia entre todos”, explica Rodrigues.

    Legado

    Com tanto tempo no mercado, os produtos da Seleta já carregam um legado e a tradicionalidade da empresa. Além disso, ela é responsável por outras marcas conhecidas pelo gosto do consumidor, como a Boazinha.

    Para Ednilson Machado, diretor comercial da Seleta, todas as cachaças possuem um reconhecimento pelo público. “A Seleta, sendo hoje a maior produtora mundial de cachaça artesanal, é muito procurada e bem vista em todas as regiões do Brasil. Existe já um legado que consome nossas marcas”.

    De acordo com o profissional, a escolha de segmentar as cachaças envolve uma questão de público, sendo a Boazinha a primeira cachaça produzida pela empresa. “A Seleta Mix é uma cachaça para drinks e baladas, para o publico jovem. A Boazinha foi a primeira cachaça da Seleta, é nossa estrela”, explica Machado.

    Em nível de preferência, os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro são os campeões no consumo de cachaças Seleta. De acordo com o diretor, embora a cachaça tenha grande aderência na fabricação de drinks, a bebida também é muito utilizada na produção de receitas. Entre os exemplos, estão combinações com carnes, doces, coberturas e peixes.

    “Existem vários pratos feitos com cachaça, que trazem sabor especial. A cachaça pode ser usada para substituir qualquer bebida alcoólica, mas é claro que o resultado final será outro e temos que testar a quantidade em cada receita. O sabor da cachaça é marcante e o teor alcoólico alto, por isso devemos tomar cuidado, ela não deve sobressair demais. A do tipo envelhecida também pode ser usada, mas sempre de boa qualidade para não estragar o prato”, pontua Machado.

    Diferentemente dos consumidores do varejo, clientes de bares e restaurantes podem ter preços especiais para o comércio. Machado explica que os valores repassados para esses tipos de estabelecimentos são menores. Além disso, a escolha pela Seleta pode diferenciar as bebidas oferecidas. “A Seleta agrega valor para os drinks, por conta da ótima qualidade das cachaças”, conta.

    Familiaridade

    A Weber Haus surgiu na cidade de Ivoti, no interior do Rio Grande do Sul, com a chegado de descendentes alemães. Com o plantio de mandioca, a família começou a produzir farinha e cana-de-açúcar. Por volta de 1848, a família resolveu produzir cachaça para consumo próprio.

    A construção de um alambique aconteceu em 1948, através de um galpão com engenho no meio, movimentado por quatro mulas. O tempo foi passando e o negócio foi se modernizando, passando de pai para filhos.

    Toda a produção da Weber Haus é feita de forma manual, desde a escolha da cana ideal para o solo até o corte. O tratamento do canavial é feito de forma ecológica. Em agroindústria, a empresa possui 67 premiações; e quatro como empresa. Em destaque, a Weber Haus possui certificações de Orgânica e Rastreabilidade pelo Inmetro. Além disso, a empresa foi uma das primeiras a receber o selo de Agricultura Familiar do Brasil.

    A Weber Haus possui em seu portfólio linhas especiais, como a Extra Premium, com 12 anos de fermentação no lote 48; e 6 anos de fermentação; além de opções como a Gold Orgânica, Prata Orgânica e Velho Pescador Ouro.

    História

    A história da cachaça teve início com a colonização portuguesa do Brasil e a atividade açucareira no país. Porém, não há uma versão exata sobre como isso tenha acontecido. Em uma das versões contadas, a cachaça surgiu por escravos, durante o trabalho no moinho de cana. Durante o trabalho, o escravo teria esquecido a “cagaça” – nome do líquido esverdeado que se forma durante a fervura da cana – onde a fermentação aconteceu naturalmente e deu origem à cachaça que conhecemos hoje.

    Outra versão sobre a história da cachaça, escrita pelo historiador Luís Câmara Cascudo, em seu livro “Prelúcio da Cachaça” conta que a cachaça foi inventada pelos portugueses em São Vicente, onde surgiram os primeiros engenhos de cachaça. De acordo com o autor, os portugueses haviam aprendidos técnicas de destilação com os árabes e as utilizaram para produzir os primeiros litros da bebida.

    Embora discordem nas versões, fato é que a cachaça está presente na história do Brasil e acompanhou o cotidiano dos brasileiros.

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